Quando a mágoa te envolva, antes que o ressentimento se te instale no coração, conturbando-te a vida, esquece lembrando…
Recorda as bênçãos que possuis, a fim de que não entregues a própria mente a desequilíbrios que não compraste.
Determinado companheiro te trouxe toda uma carrada de inquietações, afligindo-te os passos…
Memoriza a legião dos amigos devotados que te alegram as horas e compadecer-te-ás daquele que, em vão, procura complicar-te o caminho.
Desgostos em família apareceram, criando-te problemas…
Conta com os dias de júbilo e segurança que o lar te concedeu e perceberás que os contratempos de hoje são leves nuvens que a força do tempo desfará.
A empresa a que te deste acabou em fracasso, acenando-te com a frustração…
Revisa as iniciativas que já promoveste, com êxito amplo e concluirás que o insucesso não passa de convite à renovação para que recomeces as próprias atividades em linhas mais justas.
Criatura querida se te desvinculou do campo íntimo e a carência afetiva se te transforma em chaga no sentimento…
Medita no tempo de felicidade que essa mesma criatura já te proporcionou e reconhecerás que a mudança havida te fará descobrir novas fontes de compreensão.
A morte, no Plano Físico, te haverá subtraído a presença de um ente amado e apresentas o próprio espírito golpeado pelo sofrimento…
Pensa, entretanto, no suplício em que se lhe transformaria a permanência num corpo enfermo e observarás que a Providência Divina cancelou provações inenarráveis para o coração que partiu e para o teu próprio coração, descerrando a ambos o ensejo para benditas renovações.
Em qualquer dificuldade, não te prendas ao lado sombrio dos acontecimentos para que não te escravizes ao peso morto das impressões negativas.
Para a confirmação do que afirmamos, contempla a árvore benfeitora que te oferece colheitas periódicas. Ei-la que se desprende das pancadas da ventania e das ofensas que se lhe façam, a fim de atender ao próprio destino na produção dos benefícios em que te apoias.
Diante de uma árvore simples e amiga, é possível aprender que a evolução se baseia no trabalho e que, nas leis de Deus, para servir e servir é necessário esquecer e esquecer.
(Anuário Espírita 1981)