Milhões de pessoas se dedicam, na Terra, aos exercícios de aperfeiçoamento individual, em regime de solidão.
Internam-se em celas, rochas, covas e pousos agrestes; deitam-se sobre espinhos, maceram o próprio corpo, adotam posturas de auto-flagelação ou abraçam dietas de fome, procurando realizar a união com Deus, através de austeridades ascéticas.
Efetivamente, todos esses sistemas de autoeducação se erigem por estradas respeitáveis, cujo mérito não nos seria lícito sonegar.
Entretanto, com Jesus, podemos esposar onde estivermos a disciplina da cruz, melhorando a nós próprios e amparando os outros.
Não teremos de enfrentar o jejum de sacrifício, mas seremos naturalmente chamados a severas restrições da alma com a renúncia ao apoio e ao afeto de seres queridos que nos reclamam abnegação e carinho para entenderem a vida com segurança.
Não estaremos compelidos à reclusão nos ermos, no entanto, em muitos lances da existência, sofreremos ostracismo no próprio lar, exemplificando tolerância e devotamento.
Não tentaremos repousar sobre pregos e espinhos, entretanto, carregaremos na alma, bastas vezes, incompreensões e provas convertidas em estiletes invisíveis de angústia; e não nos veremos induzidos a exercícios que demandem tormentos corpóreos, mas, em muitos episódios do dia a dia, nos reconheceremos constrangidos ao esforço constante nas obras do Bem, frequentemente, diante daqueles mesmos que nos agridem os melhores propósitos de elevação.
Se aspiras a encontrar libertação e burilamento, abraça a cruz de provas que a existência no mundo te oferece, e, seguindo as rotas do Cristo, na disciplina da caridade, jornadearás sempre em caminho certo, porque o amor estará sempre contigo por fonte de vida e luz a brilhar.