Não te queixes de cansaço na tarefa que Deus te confiou: um filho a orientar, um lar a manter, o bem a construir ou algum princípio nobre a defender.
Recorda aqueles companheiros do mundo que suspiram por ligeira parcela das possibilidades que te enriquecem a vida:
os que anseiam por movimentos livres e jazem parafusados no catre;
os que desejariam comunicar aos semelhantes os mais belos sentimentos que lhes povoam a alma e sofrem a provação da mudez;
os enfermos e desmemoriados que se atormentam na sede de um lar e vagueiam sem rumo, atirados à noite, mendigando assistência;
e os outros muitos que aspirariam a socorrer aos irmãos em Humanidade, expondo as ideias de paz e reconforto, cultura e beleza que lhes brilham no espírito e permanecem trancados na obsessão ou que caminham dissipando os próprios recursos nas substâncias tóxicas que ainda não conseguiram erradicar das próprias vidas.
Teu trabalho — tua bênção.
Seja lavrando o campo ou amoldando o metal, suportando com paciência algum calvário doméstico ou sofrendo as vicissitudes das causas públicas, não digas que te encontras em sacrifício por agradar a teus pais ou a fim de acompanhar determinado amigo, de modo a prestigiar um parente amado ou em benefício desse ou daquele irmão.
Se guardas o privilégio de servir, amparando aos outros, estás edificando a felicidade em favor de ti mesmo.
Lembra-te de que todos nos achamos interligados nas criações da Divina Sabedoria. Embora transformado e redistribuído por muitas mãos, à maneira da força elétrica que procede da usina, o trabalho que se te confia vem positivamente da Bondade de Deus.