Tentações chegando em bando… Não te afastes do trabalho. A rosa brilha, passando… O espinho fica no galho. Quem sofra a prisão do tédio, Se anseia libertação, Use sempre este remédio: — Trabalhar para ser são. É uma questão clara e aberta: O “encosto” que nos encosta Tem a base justa e certa Naquilo que a gente gosta. Meu amigo, a obsessão, Que se busca ou se arremata, Começa na indecisão Que não ata, nem desata. Obsessão nebulosa Era a de Dona Sofia: Quanto mais triste e nervosa, Tanto mais ela comia. Eram dois desencarnados Seguindo Altino Maltês; Virando o copo na boca, Ele bebia por três. Quando no mundo, ao seu lado, Chamava-me “doce amor”. Agora desencarnado, Não passo de obsessor. Obsessão, francamente, Reúne comédia e drama: Laláu vivia doente, Com cachaça aos pés da cama. Obsessão, afinal, Não é de um, é de dois; Se a gente procura o mal, O mal nos busca depois. Obsedado teimoso Foi Vitorino Rosendo; Morreu de mão na garrafa, Gritando: “morro bebendo.” Posse demais é paixão Criando amargura e dor, Por isso, na obsessão Começa a busca do amor. |