Avanço claro e profundo Que não sofre marcha-à-ré: É todo passo no mundo Que envolva a busca de fé. Atitude triste e cega Vem na descrença do ateu: Parece um filho que nega O pai que a vida lhe deu. Por baixo do orgulho vão De quem se afirma descrente Sempre bate um coração Que luta, pergunta e sente. Noto a fé, instante a instante, Na Terra escura e sofrida, Por doce lubrificante Nas engrenagens da vida. Pregava Antônio da Quinta, Sobre o poder da oração, Com pau de fogo na cinta E de azorrague na mão. Do que tens, estende as sobras Aos companheiros da estrada; A fé sem as boas obras É uma conversa fiada. Caso triste é o que se via Na crença de João José, Se o trabalho aparecia O moço dava no pé. Embora exaltasse o bem, Armelino Nicolai Nunca ajudou a ninguém, Só dizia: “Deus é Pai”. Há muita crença, irmãos meus, Em meio de gente amiga, Que só acredita em Deus Se sente dor-de-barriga. É do apóstolo Tiago, No amor com que nos conforta, Esta sentença de luz: — “A fé sem obras é morta”. (Tg Crenças lembram aberturas Seja no barro ou no asfalto, Caminhos das criaturas Na direção do Mais Alto. |