Em casa se há disparate Quando o casal se agatanha, Nunca se sabe quem bate, Nem se sabe quem apanha. A vida nos faz saber Por força que não se altera: Quem foge ao próprio dever Não tem aquilo que espera. Família parece um trem Sobre a linha descoberta, Se a mulher não está bem, Desastre surge na certa. Quem queira luz e harmonia, Por dentro do próprio lar, Que aprenda, dia-por-dia, A arte de suportar. O homem canta de galo E, em grilos, que eu não invejo; A mulher quer imitá-lo, Mas a vida cai no brejo. Homens perfeitos na Terra? Nunca os vi em meu caminho, Pois o homem quando erra É sempre no escondidinho. Há mulher que surra homem? Sei que o colega André Cunha Sempre chegava ao serviço Todo marcado de unha. Não há dívida no tempo Que o tempo em si não nos traga; Por lei da reencarnação, Em casa, tudo se paga. Marido que fique mudo E, em casa, não dê palpite, Que a mulher já sabe tudo Sobre pensão e desquite. Na Terra, hoje em reforma, Há lutas quase em excesso Mas nisso é que existe a norma De promover o progresso. |