Teu filho nasceu.
Por longos meses morou no teu ventre, onde o teu pensamento o acariciava desde que lhe sentiste o primeiro movimento.
Em verdade, esperaste-o, ansiosa, a partir dos teus sonhos juvenis.
Com que desvelos o tomaste aos braços!
Com que ternura então o alimentaste!
Celebraste-lhe, festiva, os passos iniciais, ensinaste-lhe os tímidos balbúcios, acompanhaste-lhe de perto o desenvolvimento.
Ele era um tesouro encantador.
O teu tesouro.
. .
Teu filho nasceu.
Teu filho noivou.
Apresta-se para viver com sua amada, no ninho que prepara. E já fala com emoção dos seus projetos de paternidade.
Vai-se dos teus braços para os braços que o esperam. Não te pertence mais.
E todavia te ama, como todos devemos amar-nos, irmãos que somos, filhos do mesmo Pai comum, o nosso Pai Celeste.
Esquece a posse, minha amiga, e sê feliz!
Somos todos de Deus.
Nós e. nossos filhos.
Letícia