Os Espíritos Enganadores, que ainda preponderam nas cátedras do mundo, são ágeis em prometer aos que os seguem pletoras de benesses.
Empolgados pela antevisão da riqueza fácil, do poder sem responsabilidades e dos prazeres sem limites, multidões invigilantes se lançam afoitamente à cata de vantagens pessoais a qualquer custo, buscando usufruir o máximo de proveito, mesmo que em detrimento da verdade e da justiça.
Perseguem a riqueza e a glória, o contentamento e a fartura, mas colhem, ao fim de tudo, a decepção e o cansaço, a enfermidade e a desilusão.
Tarde percebem que as sementes do ódio só produzem flores de sangue, e que os frutos do crime são inexoravelmente de amargura atroz.
Jesus, porém, que só oferece aos seus discípulos as cruzes da renunciação e do sacrifício pessoal, para o trabalho em favor de todos, concede permanentemente aos seus pupilos as bênçãos da paz íntima, a assistência desvelada e carinhosa dos seus mensageiros de amor, e a colheita, a seu tempo, das mais sublimes realizações na vida imortal.
Nesse confronto, entre as ilusões e as realidades, compete a cada Espírito a escolha decisiva.
A segurança da fé ou as incertezas da negação.
A tranquilidade interior ou a frustração dos desencantos.
A felicidade real, nas alegrias do dever bem cumprido, ou as cinzas do remorso, na desesperada aflição dos destroços sem proveito.
Não fujas, pois, da cruz. Ampara-te nela, que é o teu cajado confiável na romagem da existência, pois se preferires a miragem das promessas enganosas do orgulho e da insensatez, terminarás por encontrarte na ardente solidão dos desertos da mentira.
Áureo