Amar e Servir

CAPÍTULO 28

PACIFICADORES



Espraiam-se na superfície da Terra incontáveis multidões de almas que parecem viver em permanente estado de guerra desabrida. Por toda parte, vastos espinheirais de angústia e dor, zurzindo Espíritos ignorantes que a maldade açula. A revolta e o desespero armam sem cessar braços homicidas, e renovam bastas provisões de fel em corações invigilantes. A agressividade desmedida campeia, infrene, crestando amores e calcinando esperanças, enquanto a ilusão dos risos falsos e dos prazeres enganosos procura distrair os desavisados jornadeiros que rumam, sem se aperceberem, para tenebrosos precipícios.

Nesse cenário de cruciais necessidades e ingentes desafios, os cultores do Espiritismo Evangélico são convidados por Jesus à tarefa de semear consolações, esclarecimento e paz.

Bem-aventurados os pacificadores – proclamou o Divino Mestre. Felizes, sabemos nós, os que conseguem, sob o influxo dos Benfeitores de Mais Alto, amparar a multidão dos aflitos, semeando nos corações desesperançados a confiança no Supremo Pai, secando lágrimas, aliviando dores, apascentando revoltas, lenindo chagas morais, encorajando os desanimados e restituindo aos caídos do caminho a dignidade de viver.

Esse o trabalho inarredável dos discípulos fiéis do Divino Amigo, dos servidores leais do Evangelho. Não podem eles engrossar irresponsavelmente o coro dos orgulhosos revoltados, nem contribuir com a sua ação, ou a sua omissão, para ampliar o incêndio devastador das incontinências. Os generosos Orientadores, que lhes velam e protegem os passos, esperam encontrar neles a temperança e o equilíbrio, a fé vigilante e o amor sempre pronto a ajudar e servir, porque são eles os ricos de esclarecimento e de bênçãos divinas, tesoureiros do Supremo Amor, mordomos da Graça Celeste, despenseiro da misericórdia e do bom ânimo.

Servos do Cristo, falangiários do Bem, sede, pois, queridos irmãos, como quer o Mestre excelso, sal na Terra e luz no Mundo. E descansareis em paz.


Áureo