Amigos: À medida que o milênio caminha para o seu fim e a violência cresce e avassala o mundo, torna-se cada vez mais necessário que os estudiosos do Espiritismo renovem, no trato íntimo com as lições da Codificação da Doutrina, a sua fé, repassada de esperanças.
As considerações de "O Livro dos Espíritos" sobre a "Lei de Destruição" merecem especial destaque nesta hora em que se intensificam e se espraiam as ameaças de guerra, porque é forçoso reconhecermos que os pilares de egoísmo e de ambição em que se assenta a nossa hodierna civilização estão apodrecendo em seus próprios fundamentos e não conseguirão manter-se por mais tempo.
O arcabouço de mentiras e cupidez que os homens erigiram, na ilusão de vantagens e desfrutes, ao preço de agressões e maldades, não poderá continuar indefinidamente a desestimular o florescimento da fraternidade e a crestar as manifestações do amor cristão.
Esse colossal edifício de iniquidades se destruirá, tragado pelas próprias forças que sempre o sustentaram.
É mister que seja assim, não para as funestas desgraças de um temido fim-do-mundo, mas para que se instale neste planeta o luminoso Reino de Deus.
A Lei de Destruição não é senão impositivo de transformação sublimadora, porque a morte é, na realidade, o processo renovador da vida.
É claro que a perda de qualquer bem a que nos apegamos, por falso ou prejudicial que seja, parecenos calamitosa, arrancando-nos costumeiramente suspiros de pesar e lágrimas doloridas.
Quanto mais distanciados, os Espíritos, das noções da realidade maior, no plano dos conhecimentos espirituais superiores, tanto mais se agarram às expressões pesadas da materialidade e aos imediatismos egoístas, candidatando-se naturalmente ao desapego forçado das expressões inferiores, pela força coercitiva da evolução.
Incapazes de atender aos apelos amorosos de Jesus e às sugestões do seu Evangelho de Paz, terão os homens de aceitar o poder transformador das energias por eles mesmos concentradas, em terríveis, mas necessárias explosões libertadoras.
Convém que os operários do Senhor se portem serena e construtivamente na seara, para os misteres da misericórdia e as operações do serviço.
Tarefeiros das últimas horas, não são, os atuais companheiros de trabalho evangélico, os grandes construtores do porvir, mas são, por necessidade própria, os encarregados de arrotear a terra a ser semeada, na limpeza indispensável do chão do orbe, para que possa ele receber a plantação sublimal das sementes esplendorosas do Amor e da Verdade.
Áureo
VÍNCULOS FRATERNAIS – MENSAGEM AOS MOÇOS Jovens amigos: Com o Espírito engrinaldado de esperanças, saúdo na exuberância de sua mocidade as primícias do mundo de amanhã.
Não é à toa que vocês florescem, no esplendor da força e da idade, no exato momento em que nossa decrépita civilização agoniza em lágrimas e sangue na formidável debacle dos mais nobres ideias da fraternidade e da justiça, melancolicamente afogados nos lamaçais do egoísmo e da cobiça.
Ante o orbe conturbado, que se debate no cipoal de contradições em que imergiu, são vocês, meus jovens irmãos, a sublime promessa de salvação que se levanta.
O mundo espera por vocês, o futuro lhes pertence.
Preparem-se para a gloriosa missão que lhes compete.
Arrimem-se na fé, robusteçam-se mentalmente e repletem de amor seus corações, para a gigantesca batalha que os aguarda.
Estará em suas mãos poderosas e dignas a construção do novo milênio que vai abrir-se nos horizontes da Terra.
É a vocês que cumprirá extirpar deste planeta as raízes do crime, exorcizar os fantasmas da guerra e do racismo, libertar as religiões das amarras dogmáticas, eliminar os bolsões aviltantes da miséria, extinguir a corrupção dos costumes, enobrecer a política e dignificar o direito.
Se o Cristo Planetário enviou vocês a este plano da vida, renovando-lhes as possibilidades nesta hora decisiva dos destinos humanos, é porque acredita na sua coragem e no seu idealismo, na sua energia e na sua fé.
Avante, pois!
A graça de Deus os acompanha e os protege. E o meu coração, como sempre, os abraça e os abençoa.
Áureo