Num dos sonetos que compus outrora, chamei a Dor de mãe dos imortais, pois se tudo iludiu-me vida em fora, ela, fiel, jamais negou-me os ais. .
Como sói reagir quem sofre e chora, não lhe prezava os aguilhões fatais.
Nela enxergava o monstro que devora, a feraz inimiga dos mortais.
Expungido das vestes enganosas da carne que enverguei anos seguidos, sinto-lhe agora as bênçãos dadivosas.
Pobre de mim não fossem meus gemidos, lenidores de úlceras raivosas de tempos semeados e esquecidos!
Hermes Fontes