Antes que o mal cruel me deformasse, cármico fogo n’alma já me ardia.
É sempre a consciência que irradia a peçonha que ao fim se mostra à face.
Deus permitiu que em meu suor lavasse o veneno infeliz que me invadia.
Trabalhando a madeira e a pedra fria, pude carpir a minha dor rapace.
Agostinho, Maurício, Januário, colegas de arte e amparo em meu fadário, trilharam junto a mim o vale escuro.
São agora partícipes, comigo, das bênçãos de Jesus, Celeste Amigo, e da fé com que vamos ao futuro.
Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho)