Amar e Servir

CAPÍTULO 61

REMISSÃO



Antes que o mal cruel me deformasse, cármico fogo n’alma já me ardia.

É sempre a consciência que irradia a peçonha que ao fim se mostra à face.

Deus permitiu que em meu suor lavasse o veneno infeliz que me invadia.

Trabalhando a madeira e a pedra fria, pude carpir a minha dor rapace.

Agostinho, Maurício, Januário, colegas de arte e amparo em meu fadário, trilharam junto a mim o vale escuro.

São agora partícipes, comigo, das bênçãos de Jesus, Celeste Amigo, e da fé com que vamos ao futuro.


Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho)