Amar e Servir

CAPÍTULO 67

INQUIETAÇÃO



Obscuras e compactas são as imensas nuvens de inquietação que sobrepairam sobre todos os continentes da Terra, nos estertores deste milênio que agoniza.

Por toda parte forças antagônicas se enfrentam, ferozes e ameaçadoras, pondo em risco a estabilidade das mais poderosas estruturas econômicas e políticas, responsáveis pelo relativo equilíbrio das relações sociais.

Confrontam-se etnias sublevadas, nacionalismos em revolta, sistemas em choques de interesses e ideários em franca oposição, enquanto as organizações criminosas, ganhando foros de internacionalismo, adquirem força bastante para afrontar governos e exércitos.

Esse clima de insegurança generalizada faz-se caldo de cultura ideal para a proliferação de vasta multidão de males. Sentindo-lhe a influenciação deletária, os mais fracos se deixam impelir ao acovardamento e não raro se lançam aos braços inconfiáveis do desespero. Os mais afoitos correm assustadiços para o desenfreio, perdendo o rumo dos passos e vogando ao sabor dos ventos. Os inescrupulosos aproveitam-se dos tímidos e dos incautos, para locupletar-se em detrimento deles, com sangramentos brutais de forças e possibilidades. Os mal-intencionados exercitam impudicamente a violência desbordada e gratuita, dilargando as esferas do terror.

Nesse clima infeliz, propiciador de devastadoras energias, os verdadeiros discípulos do Divino Mestre são direta e especialmente convidados a serem no mundo os guardiães da paz e da concórdia, exemplos de coragem serena e bom ânimo superior, na exemplificação da fraternidade e do amor ao bem.

Está é a hora por excelência em que os portadores da luz devem fazê-la brilhar na escuridão do século, para serem, como quer o Senhor Jesus, o sal da Terra e a luz do Mundo.

Para isso, não podemos deixar-nos contaminar pelas vagas de inquietação que assolam o planeta, para não apagarmos a claridade de que somos portadores, em favor da Humanidade e de nós mesmos.

Guardemo-nos, portanto, em vigilância constante e em prece permanente, de espírito alerta, para os misteres da fidelidade e do serviço a que o Céu nos convoca.

E tenhamos paz, a paz divina que Jesus nos dá e que o mundo desconhece.


André