Amados 1rmãos: Basta aprofundardes vossa visão espiritual no íntimo de vossas almas, para perceberdes, sem nenhuma dúvida, que já não sois Espíritos juvenis.
Longo é o currículo de vossas jornadas terrenas, refertas de multifárias experiências. Construístes, na esteira do tempo, considerável acervo de realizações dentro de vós mesmos. Desenvolvestes rico arsenal de aquisições intelectuais, aprimorastes os valores da percepção e do sentimento, burilastes apreciáveis pendores artísticos e acumulastes expressiva bagagem cultural.
Terçando energicamente vossos amplos recursos de força e de argúcia, exercestes acentuados poderes de dominação, e conhecestes os ricos troféus das vitórias transitórias e os perigosos meandros do fausto e da riqueza.
Natural, portanto, que tenhais assumido graves responsabilidades e recolhido vastos espinheirais de inimizades e cizânias.
Mas os vossos corações nem sempre pairaram, festivos e felizes, à moda de borboletas inquietas e inconsequentes, nos jardins da vida. Provastes muitas vezes o cálice amargo das dores que provocastes, e sorvestes o fel de dolorosas expiações.
Na voragem dos séculos, trocastes os dourados vestidos por imundos trapos, e a volúvel irresponsabilidade dos prazeres fáceis, pela angústia das reparações tormentosas.
Amadurecendo no tempo e no trabalho, aos golpes da realidade implacável, sentistes o imenso cansaço das exterioridades mentirosas e das falsas venturas da rapina, e erguendo para o alto dos Céus os corações aflitos, buscastes o conforto da verdade evangélica e a alegria do bem-fazer.
Agora, bafejados pela celeste luz do conhecimento superior, forcejais para completar a vossa libertação espiritual das amarras agrilhoantes que vos impedem o voo para os Altiplanos, e vos esforçais para cumprir os elevados deveres de que vos incumbistes.
Multiplicando esforços construtivos, tendes vencido, com a ajuda sublime dos vossos Benfeitores do Mais Alto, as dificuldades e os empeços que vos ameaçam a estabilidade e vos desafiam a fé.
Entretanto, ainda saudosos dos nossos pagos de paz espiritual, e um tanto aflitos, no ambiente pesado das vossas lides terrenas, mostrais, por vezes, no olhar tristonho, os crepes da melancolia ou da tristeza.
Levantai, porém, o ânimo, e cultivai a alegria construtiva. Recordai a exortação do nosso Divino Amigo, que nos disse: "No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Credes em Deus; credes também em mim. Minha paz vos dou: a paz que o mundo não conhece".
Desejamos ver-vos sempre jubilosos, apesar de todos os tropeços que vos tolhem a marcha e de todos os espinhos que vos ferem.
Assim como a água pura dos rios, que desfilam renovados pelos mais profundos despenhadeiros;
como as flores que adornam os campos após cada tormenta; e como o Sol que se levanta radioso após cada noite sombria, que o júbilo de vossa fé permaneça sempre a garantir a vossa estabilidade interior, para que as bênçãos divinas, descendo sobre vós, vos mantenham na graça e no bem da luz e da esperança.
Letícia