Amar e Servir

CAPÍTULO 98

HORA ESTELAR



Não só os indivíduos e os grupos isolados recebem do Senhor da Vinha missões importantes a desempenhar na grande seara do mundo. Também os povos são convocados a expressivas tarefas de ordem planetária, às vezes de relevo excepcional. Mas, igualmente aí, funciona plenamente o livre-arbítrio coletivo, a determinar o êxito ou o fracasso das nações missionárias.

Na história recente da civilização ocidental, encontramos o povo hebreu a receber o chamamento direto de Jesus para a tarefa de liderança espiritual da Humanidade, munido da mensagem evangélica, que em primeira mão lhe foi entregue. O povo hebreu não soube entender a sua hora estelar. Rejeitou a dádiva sublime e mergulhou na noite milenar das dores crudelíssimas de sua própria dispersão.

O Cristo apelou então para o povo romano, cuja força de dominação se espraiava, soberana, pelas plagas do Ocidente. E Roma, desavisada e orgulhosa, também faliu.

Chegou a vez do Sacro Império. E novamente a ambição desenfreada e a irresponsabilidade criminosa puseram tudo a perder.

O Governo espiritual mobilizou, após isso, os preciosos potenciais da França. E a vaidade, o nepotismo, a cobiça e a violência, afrontando as leis da fraternidade e da justiça, imergiram a Europa no negativismo e na incontinência, desprezando até mesmo as luzes do Consolador, que nela se acenderam.

O Divino Pastor transferiu, à vista disso, a árvore das suas esperanças para as terras úberas da América, depositando nas mãos do povo brasileiro o estandarte de Ismael.

Que fará, este povo escolhido, da divina outorga com que foi laureado?

Missão não é imposição. É título de confiança e de esperança, investimento de excelsas expectativas, sementeira que só pode germinar, florescer e frutificar se obtiver dos seus depositários os cuidados que merece.

Peçamos ao Pai Celeste que este Coração do Mundo não se enfermize. Que singulte e frema no diapasão do seu momento, que vibra, solene, no grande relógio do destino.


Um Emissário de Ismael