Na subida com Jesus, O processo é diferente, Quanto mais peso na cruz Mais equilíbrio na gente. Médium que queira vencer, Agindo constantemente, Sobre a Terra há de nascer Meio são, meio doente. Peão é no burro bravo, Fofoca é na vida alheia, A ferradura é no cravo, Mediunidade é na peia. Aceita conselho e emenda, Se és médium não caias fora, Cavalo bom na fazenda É o que cerca o boi na hora. Amor puro, amor perfeito, Na treva mais desolada, Carrega dentro do peito O coração da alvorada. Quem sofra e não se degrade, Quem serve sem desatino, Derrota a fatalidade E altera o próprio destino. Não te importe o mundo ver Os teus problemas e males, Como cumpres teu dever É o que mostra quanto vales. Mediunidade, ao que vejo, É uma estrela clara e bela Que foge rapidamente Daqueles que abusam dela. Examinando o direito, Vejo esta nota comigo: Ninguém conhece um defeito Que não carregue consigo. Trazia nobre missão A médium Lina Olegária, Mas vendo o trabalho grande Lá se foi a missionária. Guardo este ensino profundo De que faço tábua rasa: Quem quer reformar o mundo Comece dentro de casa. Trabalha, serve, auxilia, Ao menos de quando em quando, Quem nada faz para os outros, Na Terra, fica sobrando… Não adianta antever A exaltação do porvir, Sem cumprirmos o dever De trabalhar e servir. Muita gente nasce médium, Mas é quase sempre assim: Quando o “cara” quer trabalho A máquina está no fim. Onde a maldade consinta Vinte modos de atacar, Deus nos concede mais trinta De esquecer e desculpar. Espalha o amor nobre e puro Nos pântanos que conheço, O brilhante no monturo Não sofre baixa de preço. Em toda mediunidade, Não existe obsessor Que resista à caridade Na grande escola do amor. Não há compreensão que torça, Nem ameaças em bando, Que possa barrar a força De uma pessoa rezando… |