Os romanos popularizaram a expressão de César: “Cheguei, vi e venci”, quando participava ao Senado a sua vitória sobre Pharnace, rei do Ponto.
Neste livro, porém, cinco jovens desencarnados nos fazem perceber que não apenas chegaram ao Mais Além, descortinando-lhe a elevação e a beleza, mas venceram, pela força do amor, as dificuldades que se lhes antepunham ao intercâmbio com os entes queridos, demonstrando-lhes a inexistência da morte e a sustentação da identidade pessoal que lhes é própria.
Acresce notar que este livro se constitui de uma correspondência de longo curso, em alguns casos, através de vários anos, na qual evidenciam a verdade de que não basta desencarnar-se alguém para se reconhecer, imediatamente, em plena renovação.
Cada um dos comunicantes revela-se neste volume, tal qual é, com as peculiaridades que lhes caracterizam ainda as aspirações e pontos de vista, trazidos da Terra, entremostrando que superaram as barreiras que os distanciavam dos familiares, mas prosseguindo a vencer a si mesmos, no domínio dos próprios hábitos e escolhas.
Outra ocorrência, digna de menção, nestas páginas, é o depoimento dos generosos genitores dos filhos inesquecíveis que lhes dirigiram a palavra em múltiplas circunstâncias, através do tempo, identificando-lhes a presença pessoal nos comunicados que formam o presente volume.
Cada leitor ajuizará por si, quanto à importância da correspondência inequívoca, entre os dois Planos — o Plano Físico e o Plano Espiritual — que este livro apresenta, formulando as próprias conclusões, com respeito aos assuntos da personalidade e da experiência pessoal, da vida e da morte.
Eis porque finalizamos aqui o nossFamiliares diversoso despretensioso intróito, rogando a Jesus, o nosso Divino Mestre, nos ilumine e nos abençoe, impelindo-nos a buscar o nosso próprio aperfeiçoamento, a fim de que estejamos à frente dos deveres que nos competem, seguindo adiante e fazendo de cada dia um passo a mais.
Uberaba, 15 de outubro de 1982.
Dois dos autores espirituais deste livro, Carlos Alberto da Silva Lourenço e Wady Abrahão Filho participam de lançamentos anteriores do GEEM: Jovens no Além e Somos Seis.
Wady desencarnou em São Paulo — Capital aos 17 anos, vitimado por infarto do miocárdio e Carlos Alberto, o Tato, estudante da FEI — Faculdade de Engenharia Industrial de São Bernardo do Campo, deixou o Plano Físico por ruptura de um aneurisma cerebral.
Os outros três autores fazem sua primeira incursão pelo mundo do livro; todos desencarnaram nos anos 70, na capital paulista.
Carlos Alberto de Toledo, estudante de Odontologia, foi colhido por violento acidente de moto; João Luiz Palatinus sofreu queda acidental do quarto andar do Edifício onde residia; Luiz Adamo Nucci caiu com sua moto do Elevado Costa e Silva, popularmente conhecido por Minhocão.
Das belas páginas dos rapazes, paladinos de uma nova mensagem, a sobrevivência do Espírito, observamos sempre a mesma realidade: a perda do veículo físico não significa morte, pois continuam, os que nos precedem na grande transformação, vivos e próximos dos familiares, convivendo mesmo no dia a dia de seus lares, participando das alegrias e das preocupações dos familiares que ali permanecem.
Suas palavras escritas por via mediúnica têm o sabor das cartas que entes queridos nos enviam, quando efetuam viagens mais longas; em momento algum falam de separação definitiva e, sim, de ausência física temporária, suprida pela constante presença espiritual.
Vamos, pois, às palavras dos nossos jovens arautos do Mundo Espiritual.
São Bernardo do Campo, 15 de outubro de 1982.