Vereda de Luz

Capítulo XVII



A fé vive na base das nossas mínimas operações de cada dia e, por isso mesmo, amplia os horizontes de nossa alma, na medida de nosso esforço dentro da sublimação íntima.

O homem confia nas vias gástricas e alimenta-se com êxito. Apoia-se nos pés e caminha desassombrado. Espera o concurso das mãos e trabalha com habilidade. Conhece o valor do pensamento e influencia milhões de pessoas com a palavra falada ou escrita. Atende às leis naturais, que lhe orientam a experiência no corpo, e consegue estabilidade física por muitos anos.

Tudo na existência é serviço da fé viva em poderes que não vemos e em cousas que podemos analisar.

É por essa razão que, além da Terra, cada criatura encontra aquilo que cultivou.

O avarento, exclusivamente entregue ao dinheiro, receberá em miragens de ouro, a sua desventura infernal.

O viciado, que se consagrou a sensações mentirosas da carne, achará no desejo insatisfeito a tortura de cada instante.

O criminoso, que se rendeu à violência, viverá entre os quadros escuros em que fixou os pensamentos delituosos.

O espírito inerte, que se devotou à ociosidade, reconhecer-se-á na paisagem fria e desolada dos que se relegaram à retaguarda de preguiça ou desânimo.

Não te canses de procurar a bondade e a beleza, a virtude e a sabedoria, a luz e o amor, cultivando-os sem descansar, porque o homem, que procura os cimos da montanha, domina a paisagem, compreendendo o infinito em que nos movemos na direção do Senhor, criando visão nova para novos surtos de espiritualidade santificante, de vez que, no bem ou no mal, na Terra ou fora dela, viveremos onde, pela fé, estivermos situando o próprio coração.