A Terra é precioso domicílio da Lei do Senhor onde cada
criatura edifica o plano em que passa a viver.
Cada espírito respira na faixa de claridade ou sombra, de dor ou alegria a que se acolhe através da atitude que assume perante a vida.
Não te percas na contemplação prematura das paisagens Celestiais, sem haver pago à terra o tributo de serviço que lhe devemos.
Consagremos o pensamento à grande compreensão que tudo dirige para o bem.
Hipotequemos as mãos ao trabalho incessante, no desempenho dos próprios deveres.
Dissipemos o nevoeiro da preguiça que nos esconde o ideal de servir e avancemos, com diligência, no terreno da ação.
O tempo, no fundo, é o talento celeste que o Supremo Senhor derramou, a mancheias, em todas as direções e em favor de todas as criaturas.
Não desperdices o sagrado talento dos minutos, comparando com ele as amarguras da crueldade, os remorsos do crime, as aflições da maledicência ou as espinhosas sementes da leviandade. . .
Muita gente exige do mundo valiosos cabedais de felicidade, aguardando castelos de abastança e de alegria, mas não se animam a gastar uma simples hora na reconstrução dos alicerces indispensáveis à paz da própria existência.
Não esperes pelo dinheiro ou pelo título acadêmico, pelo poder pessoal ou pelas disposições físicas favoráveis para empreender a bendita romagem de elevação O Céu para nós começa na Terra.
Iniciemo-nos na escalada Divina.
Há sempre respostas do Céu às nossas súplicas e jamais devemos interromper o culto da oração, fio divino e invisível de nossa comunhão com Deus.
Abramos o coração ao sol da prece e roguemos ao Pai nos conceda visão.
Basta haja em nós o amor pelo bem e a vocação de servir para que as bênçãos desse manancial nos felicitem a vida.
Por toda parte da Terra, vemos o fantasma do supérfluo enterrando a alma do homem no sepulcro da aflição.
Alija o supérfluo de teu caminho e acomoda-te com o necessário à tua paz.
Somente assim encontrarás em ti mesmo o espaço mental indispensável á comunhão pura e simples com o nosso Divino Mestre e Senhor.
Se o desânimo te acena, ainda mesmo de longe, afaste-te dele, porque o desânimo nada mais consegue fazer que paralizar-te as mãos e enregelar-te os sentimentos.
Se obstáculos aparecem, lembramo-nos que o trabalho no bem de todos é o processo de mais facilmente extingui-lo.
Compreendamos que unicamente cooperando na paz dos outros é que o concurso da paz virá ao nosso encontro.
Apesar da Misericórdia Divina em seus fundamentos, não esperes pela reencarnação para renovar o próprio caminho.
Não esperes pela morte para consertar a própria vida.
Não aguardes novo corpo físico, a fim de atender à obra do vosso aperfeiçoamento espiritual.
Guardai-vos no trabalho digno e edificante contra as sugestões do cansaço ou da preguiça.
Fixai o sol da verdade, acima dos nevoeiros da mentira.