“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos a mim o fizestes.” — JESUS (Mt
“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e o orgulho.” —
A história do bom samaritano, (Lc
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.
Não hesita em auxiliá-lo.
Estende-lhe as mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer ideia de preconceito.
Condu-lo ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.
Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício de caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos caídos do reduto doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes, surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa!
Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando aos vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.
(Reformador, julho de 1964, p. 170)