Livro da Esperança

Capítulo XLVIII

Bênção de Deus

“Assim toda árvore boa produz bons frutos” Jesus (Mateus 7:17)
“Venho, meus irmãos e meus amigos, tr azer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombr adamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entr astes. Nós nos devemos uns aos outr os; somente pela união sincera e fr aternal entr e os Espíritos e os encarnados ser á possível a r egener ação.”
(ESE Capítulo XVI, Item
14)


“Assim toda árvore boa produz bons frutos…” — JESUS (Mt 7:17)


“Venho, meus irmãos e meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente peta união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.” —


Muitas vezes, criticamos o dinheiro, malsinando-lhe a existência, no entanto, é licito observá-lo através da justiça.

O dinheiro não compra a harmonia, contudo, nas mãos da caridade, restaura o equilíbrio do pai de família, onerado em dívidas escabrosas.

Não compra o sol, mas nas mãos da caridade, obtém o cobertor, destinado a aquecer o corpo enregelado dos que tremem de frio.

Não compra a saúde, entretanto, nas mãos da caridade, assegura proteção ao enfermo desamparado.

Não compra a visão, todavia, nas mãos da caridade, oferece óculos aos olhos deficientes do trabalhador de parcos recursos.

Não compra a euforia, contudo, nas mãos da caridade, improvisa a refeição, devida aos companheiros que enlanguescem de fome.

Não compra a luz espiritual, mas, nas mãos da caridade, propaga a página edificante que reajusta o pensamento a tresmalhar-se nas sombras.

Não compra a fé, entretanto, nas mãos da caridade, ergue a esperança; junto de corações tombados em sofrimento e penúria.

Não compra a alegria, no entanto, nas mãos da caridade, garante a consolação para aqueles que choram, suspirando por migalha de reconforto.

Dinheiro em si e por si é moeda seca ou papel insensível que, nas garras da sovinice ou da crueldade é capaz de criar o infortúnio ou acobertar o vício. Mas o dinheiro do trabalho e da honestidade, da paz e da beneficência, que pode ser creditado no banco da consciência tranquila, toda vez que surja unido ao serviço e à caridade, será sempre bênção de Deus, fazendo prodígios.




(Reformador, fevereiro de 1964. p. 42)