Livro da Esperança

Capítulo LXXXIX

Lembra-te auxiliando

“Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós antes de vós pedirdes.” Jesus (Mateus 6:8)
“Os espíritos sofr edor es r eclamam pr eces e estas lhes são pr oveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos desconfortados se sentem, menos 1nfelizes. Entretanto, a pr ece tem sobr e eles ação mais direta: reanima-os, incute- lhes o desejo de se elevar em pelo arr ependimento e pela r epar ação e, possivelmente, lhes desvia do mal o pensamento.”
(ESE Capítulo 27, Item
18)


“…Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” — JESUS (Mt 6:8)


“Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos desconfortados se sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, lhes desvia do mal o pensamento.” —


Lembra-te dos mortos, auxiliando…

Indiscutivelmente, todos eles agradecem a flor de saudade que lhes atiras, mas redivivos qual se encontram, se pudessem te rogariam diretamente mais decisiva cooperação, além do preito de superfície.

Supõe-te no lugar deles, de quando em quando, notadamente daqueles que se ausentaram da Terra, carregando dívidas e aflições.

Imagina-te largando a convivência dos filhos recém chegados do berço crivado de privações e pensa na gratidão que te faria beijar os próprios pés dos amigos que se dispusessem a socorrer-lhes o estômago torturado e a pele desprotegida.

Prefigura-te na condição dos que se despediram de pais desvalidos e enfermos, por decreto de inapelável separação, e pondera a felicidade que te tangeria todas as cordas do sentimento, diante dos irmãos que te substituíssem o carinho, ungindo-lhes a existência de esperança e consolo.

Julga-te no agoniado conflito dos que partiram violentamente, sob mágoas ferozes, legando à família atiçados braseiros de aversão e reflete no alívio que te sossegaria a mente fatigada, perante os corações generosos que te ajudassem a perdoar e servir, apagando o fogo do sofrimento.

Considera-te na posição dos que se afastaram à força, deixando ao lar aflitivos problemas e medita no agradecimento que sentirias ante os companheiros abnegados que lhes patrocinassem a solução.

Presume-te no círculo obscuro dos que passaram na Terra, dementados por terríveis enganos, a suspirarem no Além por renovação e progresso, e mentaliza o teu débito de amor para com todos os irmãos que te desculpassem os erros, propiciando-te vida nova, em bases de esquecimento.

Podes, sim, trabalhar em favor dos supostos extintos, lenindo-lhes o espírito com a frase benevolente e com o bálsamo da prece ou removendo as dificuldades e empeços que lhes marcam a retaguarda.

Lembra-te dos mortos, auxiliando… Não apenas os vivos precisam de caridade, mas os mortos também.




(Reformador, novembro de 1963, p. 247)