“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.” — JESUS — (Mt
“Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo todos os deveres do próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.” —
Enquanto podes agir no corpo terrestre, medita, de quando em quando, naqueles que largaram, sob regime de compulsória, os talentos que o mundo lhes confiou.
Para isso, não é necessário recorrer ao arquivo dos milênios e nem consultar a pompa dos museus. Alinha na memória os que viste partir nos últimos vinte anos!
Líderes do povo, que detinham o poder de influenciar a multidão, abandonaram o leme das ideias que governavam, impelidos de chofre a varar a névoa do túmulo…
Magnatas da fortuna, que retinham valiosas delegações de competência para resolver as necessidades do próximo, viram-se, de momento para outro, privados das propriedades que ajuntaram, coagidos a entregá-las ao arbítrio dos descendentes…
Missionários de diferentes climas religiosos, que mantinham a possibilidade de consolar e instruir, desceram, precipitadamente, das galerias de autoridade, em que traçavam princípios para as estradas alheias…
Criadores do pensamento, que sustinham a prerrogativa de impressionar pessoas, através do verbo falado ou escrito, tiveram, de súbito, a palavra cassada pela desencarnação ou pela afasia, muitas vezes, no exato momento em que mais desejavam comandar a oratória ou o cérebro lúcido…
Pensa neles, os beneficiários das concessões divinas que te precederam na morte e faze hoje algo melhor que ontem, nos domínios do bem para que o bem te favoreça.
Não apenas os dons da inteligência, mas também o corpo físico, as vantagens diversas, os patrimônios afetivos e até mesmo as dores que te povoam as horas são recursos de que te aproprias na Terra, com permissão do Senhor, para investidos na construção da própria felicidade.
As leis que vigem no Plano Físico são fundamentalmente as mesmas que orientam as criaturas no Plano espiritual.
Um empréstimo fala sempre da generosidade do credor que o concede, mas revela igualmente, na contabilidade da vida, o bem ou o mal que se faz com ele.
[Reformador, junho de 1964, p. 146]