“Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado.” — Paulo (1tm
Que faz o homem honesto e trabalhador da propriedade que lhe foi confiada?
Naturalmente não descansará na concessão recebida. Saberá defender o patrimônio existente e valorizá-lo dia a dia, através de serviço incessante.
A casa residencial merecer-lhe-á especial carinho, por conservar a ordem e a higiene em todos os detalhes da habitação. Paredes, utensílios, móveis pedirão cuidados ininterruptos.
A paisagem exterior requisitará dedicação constante e afetuosa. Haverá luta contra a poeira, ferrugem, sujidade.
Plantar-se-ão novas árvores, zelar-se-á pelo jardim e pelos legumes.
Amar-se-á o sol, entretanto, tomar-se-á providências contra a secura, a chuva será recebida com agradecimento e alegria, mas a formação de pântanos exigirá drenos adequados.
A vida é movimento e ninguém, que se responsabilize pelos seus patrimônios, poderá ficar em inatividade beatífica.
E assim como os títulos materiais de confiança demandam operosidade e critério naqueles que os recebem, o depósito da fé reclama espírito vigilante e fiel.
Paulo de Tarso exorta-o a que guarde o depósito da fé que lhe fora confiado. Ninguém pode guardar cousa alguma ao preço da indiferença.
Há muitos crentes que perdem facilmente a coragem e a certeza da beneficência sublime porque, relaxados da propriedade espiritual que o Senhor lhes confia, a breve tempo, escancaram o espírito despercebido a toda espécie de fantasmas do desejo inferior, adquirindo excrescências parasitárias que lhes subtraem todas as energias do Bem.
Depois de imenso júbilo, aos primeiros contatos da fé, tornam-se ociosos e incômodos, carregados de vermes pútridos da preguiça e da insensatez.
Guardai o depósito espiritual confiado à vossa alma. Acautelai-vos relativamente ao cupim invisível do egoísmo e da inatividade que flagela o coração e deforma o pensamento.