“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito.” — Paulo (1co
Atentos à palavra evangélica, observamos que o homem deve realizar a glorificação de Deus em sua existência.
Em todas as épocas, inúmeros intérpretes dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos tentaram semelhante edificação, partindo, todavia, de princípios contraproducentes.
Muitos religiosos tentaram-na, atormentando o corpo ao invés de discipliná-lo, embotando o espírito nas sombras dogmáticas, em lugar de esclarecê-lo. Essa glorificação, entretanto, deverá ser levada a efeito no corpo e no espírito.
Não se pode esquecer a noção de equilíbrio que deve reger toda expressão da vida.
O mundo, substancialmente, considerado, é o paraíso que jamais se distanciou de nós outros. Seus característicos de paisagem revelam o Éden repleto de árvores, flores e luzes. O planeta, contudo, precisa receber expressões de Deus manifestado nas criaturas.
A natureza em todos os seus planos glorifica o Senhor, mas o homem, na generalidade, não conhece a realização sublime, costumando transformar o alimento em tóxico e o sentimento em paixão destruidora.
Não mais suplícios às células orgânicas, nem ociosidade beatífica na falsa visão espiritual. Corpo e espírito devem andar harmoniosos e belos nas leis divinas do ritmo.
Deus pode ser glorificado no ato de comer, de banhar-se, na organização da família, do trabalho, em todos os gêneros de vida honesta e de luta construtiva.
Muitos crentes, em todos os setores da fé, quiseram transformar a glorificação em movimento convencionalista.
Usa-se o corpo nas igrejas para genuflexões ou atitudes contemplativas e fora dela em todos os desmandos e absurdos de licenciosidade e indisciplina.
Não se pode glorificar a Deus no sentido unilateral. A presença divina transparece de todas as coisas e em todos os lugares.
A vida com suas leis prodigiosas está pedindo aos homens glorifiquem a Deus, manifestando-O. Somente assim, integrar-se-á o planeta na harmonia do Universo.