“E disse Jesus: Quem é que me tocou? E negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — Quem é que me tocou?” — (Lc
Número incontável de aprendizes costuma indagar atenciosamente, com respeito ao modo de se instalar a fé no coração, em caráter definitivo.
Os Espíritos amigos referem-se ao toque indispensável. Apenas depois dele persevera a confiança perfeita, a segurança de crença.
Os estudantes de boa vontade recebem esclarecimento, no entanto, às vezes, continuam insatisfeitos.
Que é esse toque? como se opera? Deve o necessitado esperar a mão resplandecente, qual milagrosa flama das Alturas, a lhe pousar no coração?
Isso, porém, talvez o violentasse. Sabemos que o próprio Jesus, certo dia, quando tentava aproximar-se dos discípulos queridos, espontâneo e generoso, foi tido à conta de fantasma. (Mt
O caso da mulher doente (Mc
A enferma por receber o toque divino movimentou-se intensamente. Antes de tudo examinou a ruína própria e declarou-a perante si mesma; aceitou a necessidade do socorro do Cristo, saiu de casa para identificar-se com todos os que precisavam assistência do Mestre Divino e, incorporada à multidão, tocou-lhe a veste cheia de confiança. Instantaneamente foi tocada por Jesus, de maneira particular, encheu-se de luz e voltou à paz.
E é interessante que Simão tenha perguntado: — Mestre, a multidão te aperta e te oprime e dizes: — “Quem me tocou?”
A interrogativa foi providencial. Ainda hoje o Cristo sofre o assédio das multidões necessitadas e sofredoras. Apertam-no através de templos, círculos, reuniões; oprimem-no com as mais estranhas rogativas. É perseguido, disputado, instado com violência, mas Jesus conhece aquele que o toca depois da renúncia aos vãos processos das facilidades venenosas; identifica entre milhões de necessitados aquele que se caracteriza por intenções de valor real e volta-se pleno de carinho desvelado por acolhê-lo nos braços fortes e generosos.
Como vemos, o problema do toque é complexo. Sem o contato de Jesus não há fé legítima, mas para que isto se efetue é preciso que a providência parta de nós mesmos.