“Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, esse se salvará.” — Jesus (Mc
Para que possamos entender a grandeza oculta do ensinamento do Cristo é imprescindível considerações especiais no círculo de nossa própria individualidade.
Já pensaste relativamente à propriedade legítima da vida? Pertencer-te-ão, de fato, os patrimônios materiais, as paisagens exteriores, o teu próprio corpo? Sabes que não.
O homem esclarecido está certo da transitoriedade do quadro em que se movimenta nos caminhos do mundo, reconhecendo a si mesmo como usufrutuário na Casa de Deus. Nem mesmo o invólucro carnal lhe pertence em sentido absoluto.
Jesus, portanto, não aludia à vida universal, criação do Pai Eterno, mas à vida estreita de expressões caprichosas que o homem egoísta inventou para si próprio, na Terra. Tanto assim, que o Mestre se refere à sua vida e não à nossa vida.
Enquanto a criatura deseje salvar caprichos criminosos, perderá a oportunidade de elevar-se aos domínios da sublimação espiritual.
Quase sempre edificamos criações menos dignas no processo evolutivo e erigimos barreiras entre nós e a inspiração superior.
A mensagem divina, flui incessantemente para os nossos corações, mas numerosos companheiros estão procurando defender certas construções indesejáveis nos caminhos da viciação, do dinheiro, da sexualidade.
Todavia, enquanto perdure semelhante atitude mental, é impossível que o homem se identifique com a plenitude da Vida Eterna.
Estará comprando objetos materiais e vendendo-os nos mercados inferiores, amarrando o coração para desamarrá-lo depois, em grandes padecimentos na esfera das afeições desviadas.
Aguilhoado às ilusões venenosas onde se compraz em viver temporariamente, é um seixo arestoso nas estradas terrestres, mas quando delibera afeiçoar-se à consciência universalista de Jesus, o homem é a estrela que conquistou as vastidões do Céu.