Vozes do Grande Além

Capítulo XVIII

Apontamentos de amigo



No término das nossas atividades, na reunião da noite de 13 de outubro de 1955, foi nosso amigo André Luiz quem compareceu, através do médium, induzindo-nos à serenidade e à coragem, com a mensagem seguinte.


Amigos:

Em vossos dias cinzentos, lembrai aqueles irmãos que perambulam nas trevas.

Padecendo as pedras da estrada, recordai os que se encontram atados ao leito imóvel.

Sob o aguaceiro das provas, não vos esqueçais dos que estão soterrados na lama das grandes culpas.

Diante da mesa pobre, refleti nos companheiros sob o flagelo da fome.

Sofrendo a roupa escassa, contemplai as criaturas que a expiação veste de chagas.

Entre as alfinetadas dos dissabores, não olvideis os que tombam sob o punhal da grande miséria.

Não vos aconselheis com a desesperação.

Não vos acomodeis com a rebeldia.

Esperar com paciência, ofertando ao caminho o melhor de nós, é o segredo do grande Triunfo.

O tempo que faz a noite é o tempo que traz o dia.

Para escalar a montanha salvadora, fitemos quem brilha à frente!…

Para não cairmos, aniquilados pelo desânimo, na marcha de cada dia, reparemos quem chora na retaguarda!…

A luta é um instrumento divino. Não a menosprezeis!…


Com estas palavras, apresentamos à nossa casa a irmã Francisca Júlia da Silva, que, havendo atravessado aflitivas provações, à morte do corpo físico, atualmente se propõe trabalhar no combate ao suicídio.

Rogamos, assim, alguns minutos de silêncio, a fim de que ela possa transmitir sua mensagem. [A seguinte]