Desde épocas imemoriais o Homem luta com os desafios da Natureza entendendo, intuitivamente, que o Criador lhe ofertou uma habitação repleta de belezas e facilidades que lhe tornavam o estágio terrestre, por um período de tempo, à feição de promissora escola de aperfeiçoamento.
Dominou a fome, corrigiu as águas, combateu doenças, eliminou as distâncias, apagou o fogo desatado, criou a água potável, domesticou animais agressivos, aprendeu a fazer artificialmente o frio e o calor, regulamentou os caminhos aéreos, descobriu plantas e elementos outros que lhe favoreceram a conquista de medicamentos que lhe conservam a saúde, criou os poderes da anestesia e outros recursos que lhe são necessários à vida.
Um inimigo lhe pareceu quase indomável: a escuridão da noite. Em todos os tempos algumas nobres inteligências sonhavam e trabalhavam para decifrar o segredo da luz artificial, a fim de que as comunidades terrestres se libertassem da treva noturna, até que Edson em sua prodigiosa inspiração conseguisse enriquecer o mundo com o benefício da lâmpada elétrica.
Até que isso acontecesse, porém, a noite na Terra era o ponto habitual de malfeitores e piratas, que se prevaleciam da sombra densa para delitos e furtos incontáveis. , ficou no calendário humano por marco indelével da crueldade, que a escuridão favoreceu.
O Homem não descansava. Criou a tocha que o auxiliou através de séculos. Inventou a vela, a iluminação a gás, sempre contando com a colaboração do fogo, entretanto, todos esses recursos eram deficitários, ante o desenvolvimento contínuo das populações.
É preciso encarecer, no entanto, que desde o princípio da Civilização as criaturas humanas tinham à frente o flagelo da guerra, que a inteligência e a habilidade do Homem até hoje não lograram dominar.
É que além da claridade exterior necessitamos da luz espiritual que conseguirá liquidar as tramas do ódio e da ambição que ainda hoje revivem no Homem da tecnologia avançada de nosso tempo. Em vão a Diplomacia suscita processos de conciliação, no intuito de preservar a paz entre os povos do Planeta.
Quando os ímpetos da caverna retornam à mente do espírito excitado dessa ou daquela nação e declara-se a contenda com objetivos francamente inferiores, os povos afiam de novo as armas, promovem o aniquilamento das cidades que eles mesmos construíram e combatem-se entre si, reconstituindo os horrores do passado remoto, ao modo de animais ferozes, enlouquecidos no campo.
Leitor amigo, este volume despretensioso é migalha do nosso esforço em favor da paz, que te colocamos nas mãos, com a finalidade de despertarmos todos para o amor que o Cristo nos ensinou, conscientes que estamos de que só a espiritual íntimo da individualidade humana pode renovar o das criaturas.
Reconhecemos a simplicidade de nossas ilações, mas sabemos que a chama de uma vela, conquanto pequenina é capaz de rechaçar as forças da escuridão.
Uberaba, 28 de junho de 1992.