Luz no Caminho

Capítulo VIII

Unamo-nos em Jesus



Entre os numerosos problemas doutrinários do Espiritismo, no momento que passa, temos, como dos mais importantes, o da unificação dos métodos da prática espiritista, em suas relações com o Plano Invisível, em cuja heterogeneidade surgem, por vezes, extravagâncias numerosas, frequentemente sugeridas pelos inimigos da verdade, adversários ferrenhos de todas as expressões do progresso espiritual da humanidade sofredora.

É certo que as interpretações doutrinárias terão de obedecer à posição evolutiva de cada um, no desdobramento da ideia livre, preconizada pela consoladora doutrina dos Espíritos, sob a égide do Mestre, Senhor da semeadura e da seara, na evolução terrestre, mas urge a articulação de um amplo movimento dos estudiosos, convictos da excelência de sua fé, no que se refere à ação doutrinária, na renovação do homem, para o progresso da célula social, na coletividade e na família.

Destinado às mais sublimes tarefas na sociedade moderna, no sentido de se processar a revolução moral do íntimo dos corações, o Espiritismo necessita do concurso de seus trabalhadores operosos e dedicados, no serviço de restauração da crença pura com o Evangelho de Jesus.

Os operários legítimos do Senhor quase desapareceram da Terra, quando os cristãos transformados em católicos romanos, iniciaram os seus esforços políticos, de ordem terrena, terminados com a organização das basílicas suntuosas e frias…

A grande missão do Espiritismo, à luz dos princípios evangélicos, é a espiritualização de tudo o que é humano; restabelecendo-se a antiga direção dos crentes sinceros para aquele reino de graças que ainda não é deste mundo!…

Eis, desta forma, a razão das necessidades imperiosas do momento, em todos os núcleos de estudos da Doutrina, no sentido de se reunirem todas as suas expressões fenomênicas, sob a bússola das ilações de ordem moral e religiosa, em caminho da razão, esclarecida pela fé poderosa e indestrutível.

A revolução espiritual dos novos crentes, na intimidade de si mesmos, dentro do luminoso santuário da consciência e do coração, é a grande questão do momento.

E para esse desideratum precisa-se, antes de tudo, do esforço de cada um, na oficina do estudo e do trabalho, bases do amor.

Sem a humildade não há progresso possível. Sem a tolerância, toda a realização do bem é impraticável. E sem o amor, não há caminho que conduza a alma para a fonte de todas as inspirações da Verdade, que é Jesus.

O Espiritismo é a grande oficina. Somos os obreiros humildes desse grande labor, mas a obra jamais se concretizará se não nos unirmos pelo sentimento e pelo esforço, em Jesus-Cristo.