Ruge lá fora o temporal violento; guarda, porém, a paz dentro de ti.
Lá fora desarvoram-se os homens em desenfreadas loucuras; conserva, porém, em teu mundo interior, a lâmpada acesa da fé.
Amigos queridos te abandonaram qual barco à matroca da solidão; perdoa a todos eles, preservando contigo o tesouro do amor que tudo compreende e ampara.
Afetos deixaram-te com a espada da saudade a trespassar-te o coração;
persevera, no entanto, na companhia da esperança e envolve-os no sol da oração e, amanhã, tê-los-á de volta à praia de teu carinho.
Por mais cruel te pareça o testemunho que enfrentas, no silêncio do teu coração, sorve o teu cálice com paciência, na certeza de que tudo e todos podem te abandonar, menos Deus.