São raras as pessoas que sabem dosar a palavra quando são chamadas a esta ou àquela narrativa de acontecimentos menos felizes.
Se alguém simplesmente torce o pé, numa queda sem importância, alguém já conta a alguém que fulano quebrou a perna.
As vezes, numa simples batida de uma máquina com outra, alguém já diz da catástrofe onde não houve sobreviventes.
Quando alguém se refere a doença, uma simples gripe ou resfriado qualquer, já toma a dimensão de uma tuberculose.
Assim tem sido o homem na sua invigilância do dia a dia da vida e dos acontecimentos. Exageramos tudo, criticamos tudo, aumentamos para pior as pequenas coisas que acontecem.
Que coisa extraordinária não seria se nós já tivéssemos aprendido a usar nossa imaginação, a força magnética de nossas palavras, apenas para garantir a paz, o bem, a saúde, o trabalho e a ordem.
Por enquanto, o homem, não obstante ser um ser racional, pensa e age como se ainda fosse um ser não racional.