O ego, na sua ambição possessiva, esconde o ser quanto pode.
Mascara a realidade como mecanismo teimoso de sobrevivência, desenvolvendo projeções para o exterior, mesmo que em situação conflitiva.
Ambicionando o que não conseguiu nem se esforça para conquistar, assume comportamento ambivalente: aquilo que demonstra e a frustração da não realidade.
Desestruturado da personalidade que não se organizou com segurança, o ego elabora imagens que assumem aspecto de legitimidade, dando lugar ao surgimento de personificações parasitárias, prejudiciais.
Insculpidas no inconsciente por impulsos de fuga de situações afugentes, as mesmas assomam e se instalam, bloqueando a consciência e adquirindo domínio sobre a razão.
São muito delicados os alicerces da personalidade, que se vão organizando através do tempo, desde o período perinatal, cuja influência forte estabelece, por automatismos, programas que se manifestarão na infância, adolescência e idade adulta, exigindo atenção.
Quando se trata de um ser equilibrado, cujo desenvolvimento se dá com naturalidade, sem complexidades patológicas, todo o futuro psicológico faz-se harmônico, saudável, e os enfrentamentos mais consolidam as estruturas que os constituem. Quando porém, são vítimas dos conflitos ambientais, dos distúrbios familiares, com destaque para os pais, especialmente para a mãe, mesmo sem que tenham responsabilidade consciente, os efeitos são desastrosos.
A insegurança, os temores, os complexos de inferioridade, as compulsões mascaram o ser, e este, a fim de sobreviver no grupo social que se lhe apresenta como hostil, passa a atuar de forma semelhante, isto é, em consonância com o que se lhe impõe, tornando-se pessoa espelho, mas tormentosa para si mesmo.
Para a integração da imagem no ser, das facetas e personalidades que assume, nos mecanismos de defesa e de fuga da realidade, torna-se indispensável uma terapia psicológica cuidadosa e a convivência com um grupo de ajuda saudável.
Assim mesmo, deve-se considerar que o ser é a soma de muitas reencarnações, nas quais esteve na condição de personalidades transitórias, cujos conteúdos foram-lhe incorporados, formando-lhe a individualidade. E natural, portanto, que essas experiências e vivências mais marcantes arquivadas no inconsciente profundo emerjam, vez que outra, confundindo a consciência atual e, às vezes, escapando-lhe ao controle em forma de imagens projetadas, de personificações que exteriorizam com prevalêncía do ego.
Adicione-se a esse transtorno psicológico a incidência de psiquismos diversos, ínteragindo por processos hipnóticos, conscientes ou não, sobre a pessoa portadora de uma estrutura psicológica frágil, e o conflito se torna mais expressivo.
Neste capítulo, surgem as obsessões espirituais, particularmente produzidas pelos Espíritos desencarnados, que interferem na conduta humana, graças àemissão de ondas-pensamento perniciosas, carregadas de altos teores vibratórios de ódio, ciúme, despeito, vingança, e se verão as mudançasbruscas na conduta moral, mental e comportamental, dando curso a psicopatologias variadas e graves.
Esta incidência, que é muito comum, particularmente em razão dos mecanismos de afinidade entre os seres, constitui enfermidade desafiadora, por significar a força opressiva e constritora de um campo psíquico sobre outro que passa a dominar.
A imagem captada, que se instala sobre a personalidade, aturde-a, e trava-se uma luta perturbadora entre o agredido e o agressor, que conduz carga vibratória constituída de energia deletéria, resultado do cultivo de sentimentos destrutivos.
Seja, porém, qual for a psicogênese do distúrbio em que se transformam as imagens projetadas pelo indivíduo, faz-se urgente a psicoterapia, a fim de auxiliálo no auto-encontro, na conquista da sua identidade, que são os caminhos eficientes para a auto-realização.
O ser real tem que vencer as camadas sucessivas de sombras que o ocultam, desarticulando as engrenagens passadas das imagens que projeta em estados mórbidos, enfrentando o meio onde vive após auto-enfrentar-se.
A identificação de metas saudáveis, aquelas que enobrecem, constitui o passo que deve ser dado para conquistá-las, diluindo, em cada etapa, as projeções jacentes no inconsciente ou captadas psiquicamente, originadas de outros campos psíquicos.
Assumir-se, pois, os valores que a cada um tipifica, é conquista do seu sobre o ego, liberando-se de conflitos.