Os impulsos que se derivam dos instintos básicos levam o indivíduo à busca do prazer imediato, a fim de sobreviver aos mecanismos agressivos, àqueles que arrastam ao desequilíbrio e à consumpção física e emocional.
Ao mesmo tempo, as necessidades de preservação da existência física, a disputa por um lugar ao Sol, as ambições exageradas, os anseios do sentimento e os desejos perturbadores contribuem para que se instalem tormentos íntimos no ser humano, levando-o a distonias emocionais. Simultaneamente, as pressões externas, os compromissos em tempo exíguo, o tráfego desumano, a violência urbana, o medo, contribuem de forma preponderante para que o equilíbrio se desnorteie, dando surgimento a disfunções psicofísicas com tendências agravantes.
A busca do prazer, no bom sentido, aquele que transcende o imediatismo sexual e o do estômago, ampliando-se à área da beleza e da estesia, da esperança e do bem-estar, emula à luta, ao tempo em que desgasta a emoção, precipitando frustrações, quando a resposta não é imediata, ou ansiedade que combure, torturando de maneira lamentável.
A ilusão propiciada pelo modismo dos equipamentos eletrodomésticos e eletrônicos desencadeia a luta para adquiri-los, ao tempo em que a falsa necessidade de conforto exagerado perturba as aspirações normais, desorganizando a programação de paz, em razão da perda do sentido de valores, no qual o secundário se faz preponderante em detrimento da qualidade e da ordem de conteúdos que os devem caracterizar.
A busca de sucesso, isto é, de poder, que proporciona destaque social, prestígio político, privilégios, constitui-se meta central do comportamento humano, como se a própria existência pudesse reduzir-se à transitoriedade, às variações da bolsa, aos impositivos da economia internacional, às negociações político-partidárias...
Como consequência, advêem os tormentos modernos, as lutas intérminas pela posse, as preocupações exageradas para amontoar coisas, distanciandose da auto-realização, da autoplenificação.
Facilmente surge a desestruturação da personalidade com a instalação de distúrbios compatíveis com a intensidade do estresse.
O êxito não é portador de magia, de fenômenos que alterem o ser interior, desde que o mesmo não se encontre equipado com valores para enfrentá-lo e vivê-lo.
Eis porque, lograda a meta, uma outra nova se apresenta em desafio perturbador, conduzindo ao desvario e à alucinação.
Mesmo quando conseguido um estágio, o tédio, que sucede à conquista, se instala, até que outra motivação forte levante o ânimo do indivíduo, que se lhe entrega, vivenciando fases de comportamentos instáveis.
Nesse ínterim, a fuga para o álcool, o tabaco, as drogas, o sexo em desregramento se apresenta como sendo solução, prazer, que não atende às necessidades reais, aquelas que predominam em a natureza humana e têm transcendência, em razão da sua origem, do ser espiritual que é.
Crê-se, indevidamente, que o êxito é o medidor de valores através dos quais se destacam as pessoas. Encontra-se em qualquer tipo de busca, não somente econômica, mas também cultural, científica, social, artística, emqualquer área que seja necessário o desempenho e a manifestação de valores. O sucesso tem sentido quando realiza o lutador, estabelecendo equilíbrio na conduta e produzindo paz interior. Em caso contrário, não se trata de uma realização legítima, porém, de uma projeção de imagem que se faz aflição pelo temer competidores, por fragilizar-se com facilidade, por estar em constantes enfrentamentos.
O significado da luta estabelece-se nas metas libertadoras dos sentimentos angustiantes, das paixÕes primárias, dos instintos básicos...