Diretrizes de Segurança

CAPÍTULO 66

O que pensar do médium que espera tudo do seu guia e do guia que faz tudo para o seu médium?



Divaldo - Que esse médium não está informado pela Doutrina Espírita.

A mediunidade não é uma faculdade de que o Espiritismo se fez proprietário. A mediunidade, sendo uma faculdade do espírito, expressa na organização somática do homem, é uma função fisiopsicológica.

O Espiritismo possui a metodologia da boa condução da mediunidade.

Por isso, há médiuns nãoespíritas e espíritas não-médiuns.

O fato de alguém dizer-se médium não significa que esse alguém seja espírita. Quando se espera que os guias assumam as nossas responsabilidades, nós nos omitimos do processo de crescimento, de evolução. Porque se os Espíritos Superiores devessem equacionar os nossos problemas, seria desnecessária a nossa reencarnação. Isto facultaria a esses espíritos o progresso e não a nós. Se o professor solucionar todos os problemas dos alunos, estes não adquirirão experiência nem conhecimento para um dia serem livres e lúcidos.

A tarefa dos Benfeitores é a de inspirar, guiar, de apontar os caminhos. E a do homem é a de reconquistar a Terra, vencer os empeços, discernir e de aprimorar-se cada vez mais.

Quando alguém diz que o seu guia lhe resolve os problemas, esses são guias que necessitam ser guiados.

São entidades terra a terra, mais preocupadas com as soluções materiais, em detrimento das questões relevantes, que são as questões do espírito.

Referiu-se Raul às lágrimas diárias de Chico Xavier1, demonstrando que os Benfeitores não lhe resolvem os problemas.

Ensinam-no a solucioná-los mediante sua autodoação, que lhe exige o patrimônio das lágrimas.

O médium que não haja chorado por amor, por solidariedade, que não haja padecido o escárnio da incompreensão e ainda não tenha sido crucificado no madeiro da infâmia é apenas candidato, ainda não tem as condecorações do Cristo, isto sem qualquer masoquismo de nossa parte, mas fruto de observações e experiências.



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