Trevo de Idéias

Capítulo XIV

A carne é fraca?



“Se vivemos em espírito, andemos também em espírito.” — Paulo (Gl 5:25)


Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.

É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências do corpo, de seus [criminosos] impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca. (Mt 26:41)

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluidos condensados? Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá-lo na condição de casa terrestre, na qual o Espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em erros da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à posição inferior do homem espiritual sobre o Planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão [de sua] necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos delitos [e desvios] da Terra, quando sabemos que tudo precede das escolhas e decisões do espírito.




O título da mensagem original é o que se encontra entre parênteses e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1948 pela FEB e é a 13ª lição do livro “”