Trevo de Idéias

Capítulo XVIII

Jesus e Kardec



Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:

— “Eu não vim destruir a Lei.” (Mt 5:17)

E reafirma Allan Kardec:

— “Também o Espiritismo diz: não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” ()


Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:

— “Há muitas moradas na casa de meu Pai.” (Jo 14:1)

E Allan Kardec acentua:

— “A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos, que neles reencarnam, moradas correspondentes ao adiantamento que lhes é próprio.” ()


Exalçando a lei de amor que rege o destino de todas as criaturas, advertiu-nos o Senhor:

— “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 13:34)

E Allan Kardec proclama:

— “Fora da caridade não há salvação.” ()


Destacando a necessidade de progresso para o conhecimento e para a virtude, recomenda o Cristo:

— “Não oculteis a candeia sob o alqueire.” (Mt 5:15)

E Allan Kardec acrescenta:

— “Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se.” ()


Encarecendo o imperativo do esforço próprio, sentencia o Senhor:

— “Buscai e achareis.” (Lc 11:9)

E Allan Kardec dispõe:

— “Ajuda a ti mesmo que o Céu te ajudará.” ()


Salientando o impositivo da educação, disse o Excelso Orientador:

— “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.” (Mt 5:48)

E Allan Kardec adiciona:

— “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as inclinações infelizes.” ()


Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:

— “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também.” (Jo 5:17)

E Allan Kardec confirma:

— “Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros ter-se-iam atrofiado, e, se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal.” ()


Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:

— “Muito se pedirá a quem muito recebeu.” (Lc 12:48)

E Allan Kardec conclui:

— “Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido.” ()


Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos aperfeiçoam o ser, na reencarnação necessária, esclarece o Excelso Instrutor:

— “Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.” (Jo 3:7)

E Allan Kardec conclama:

— “Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”


Consagrando a elevada missão da verdadeira ciência, avisa o Mestre dos Mestres:

— “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.”

E Allan Kardec anuncia:

— “Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão face a face.” ()


Tão extremamente identificado com o Mestre Divino surge o Apóstolo da Codificação, que os augustos mensageiros, que lhe supervisionam a obra, foram positivos nesta síntese que recolhemos da , em O Livro dos Espíritos:

— “Estamos incumbidos de preparar o Reino do Bem que Jesus anunciou.” ()


Eis por que, ante o primeiro centenário das páginas basilares da Codificação, saudamos no Espiritismo — Chama da Fé Viva a resplender sobre o combustível da Filosofia e da Ciência — o Cristianismo Restaurado ou a Religião do Amor e da Sabedoria, que, partindo do Espírito Sublime de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrou em Allan Kardec o fiel refletor para a libertação e ascensão da Humanidade inteira.




— Epitáfio insculpido no bordo frontal da pedra que encima o dólmen construído sobre o túmulo de Allan Kardec no Cemitério do Père-Lachaise [], para o qual foram transladados seus despojos. Zeus Wantuil e Francisco Thiesen na obra em três volumes intitulada: “Allan Kardec”, publicada pela Federação Espírita Brasileira, fazem um estudo completo da utilização dessa frase e sua provável origem. — Esta frase encontra-se na página de rosto da edição original francesa dos livros “O que é o Espiritismo” e “O Espiritismo em sua expressão mais simples”