Trevo de Idéias

Capítulo XIII

Perdão e liberdade



Aprendamos a perdoar conquistando a liberdade de servir.

É imprescindível esquecer o mal para que o bem se efetue.

Onde trabalhes, guarda o entendimento fraterno, a fim de que a sombra não te algeme o espírito ao desespero.

Onde estiveres e onde fores, lembra-te do perdão incondicional, para que o auxílio dos outros te assegure paz à vida.

É indispensável que a compreensão reine hoje entre nós, para que amanhã não estejamos encarcerados na rede das sombras.

A morte não é libertação pura e simples.

Desencarnar-se a alma do corpo não é exonerar-se dos sentimentos que lhe são próprios. Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça de fel envenenado com que aniquilam os melhores sonhos dos que ficaram na Terra, e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo, no coração, um vaso de fogo vivo com que destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal do túmulo.

Não procures para tua alma o inferno invisível do ódio.

Acomoda-te com o adversário ainda hoje, procurando entendê-lo e servi-lo, para que amanhã não te matricules em contendas com forças negativas.

Transferir a reconciliação para o caminho da morte é atormentar o caminho da própria vida.

Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia.

Nem sempre somos nós a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós, convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores intelectuais dos delitos que passamos a lamentar indebitamente.

Toda intolerância é violência.

Toda aspereza avinagrada é crueldade.

Quase sempre, a crítica é corrosivo do bem, impelindo-nos à revisão de nossas próprias atitudes.

E sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa liberdade, auxiliando agora para que não sejamos depois prejudicados.