Leis Morais da Vida

CAPÍTULO 2

ORAÇÃO NO LAR



A transformação do lar em célula viva do Cristianismo operante constitui labor impostergável.

Por mais valiosas se façam as conquistas externas na atividade quotidiana, com vistas ao progresso e àfelicidade, se tais aquisições não encontrarem fundações de segurança no reduto doméstico far-se-ão edificações em constante perigo.

Isto, porque, o lar é a matriz geradora da comunidade ditosa, sobre o qual repousam os sustentáculos das nacionalidades progressistas.

Os distúrbios internos em qualquer máquina de serviço provocam prejuízo na rentabilidade, quando não se dá a paralisação do trabalho com danos imprevisíveis.

A família é o fulcro da maior importância para o homem.

Não obstante os complexos mecanismos da reencarnação, os fatores criminógenos ou os estímulos honoráveis encontram no núcleo familiar as condições fomentadoras para o eclodir das paixões insanas como o das sublimes.

Obviamente, neste capítulo, de quando em quando surgem exceções, como atestando que o diamante valioso, apesar de tombado na lama, fulgura, precioso, ou a pedra bruta embora o engaste nobre e o estojo especial, de forma alguma adquire valor.

Num lar lucilado pela oração em conjunto onde, a par do exemplo salutar dos cônjuges, a palavra do Senhor recebe consideração e apontamentos superiores, ao menos periodicamente, os dramas passionais, as ocorréncias infelizes, os temores e as discórdias cedem lugar à compreensão fraternal, à caridade recíproca, àpaciência, ao amor.

Ali se caldeiam os complexos fenômenos da evolução e se resolvem em clima de entendimento os problemas urgentes que dizem respeito à recuperação de cada um.

Não apenas se ajustam e se sustentam afetivamente os nubentes como se reorganizam os programas iluminativos, retemperando-se ânimo e ideais àinspiração do Cristo sempre presente.


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Companheiros sinceros queixam-se quanto aos da nos promovidos pelos modernos veículos de comunicação de massas.

Diversos expositores do verbo espírita invectivam contra as permissividades hodiernas.

Mentes lúcidas, considerando a áspera colheita de espinhos da atualidade, reagem com emoção através da palavra falada ou escrita.

Muitos oferecem programas complexos de ação, talvez impraticável, debatem, acusam, vociferam.

Mas pouco fazem realmente.

O trabalho do bem é paulatino e a reforma moral, para ser autêntica, será sempre individual, bem laborada, sacrificial.

As técnicas ajudam, todavia, só a persuasão honesta, mediante a qual o homem se conscientiza das necessidades reais, consegue lograr libertá-lo dos compromissos inditosos, engajando-o nas disposições restauradoras.

De pouca monta o esforço para ajudar a renovação do próximo, se não ensinar fixado ao exemplo da própria modificação íntima para melhor. O exercício evangélico na família à pouco e pouco, em clima de cordialidade e simpatia, consegue neutralizar a má propaganda, as investidas violentas do crime de todo porte que se insinuam e irrompem dominadoras.


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Ao realizares o Culto Evangélico do lar não te excedas em tempo, a fim de serem evitados a monotonia e o desinteresse.

Não o imponhas aos que te não compartem as ideias ou preterem, por enquanto, outros rumos.

Tenta a argumentação honesta e branda, convinente e autêntica.

Insiste junto aos filhinhos para que comunguem contigo do pão do espírito, conforme de ti recebem o pão do corpo.

Faze, porém, a tua parte.

Se sentires a tentação do desânimo, a amargura ia decepção, recorda-te do otimismo dos primeiros cristãos e não desfaleças. Orando em conjunto, recomendavam os invigilantes, os perturbadores e inditosos ao Senhor, haurindo forças na comunhão fraterna para os testemunhos com que ensementaram na Humanidade as excelências da Boa Nova, que ora te alcança o espírito sem as agruras da perseguição externa e das dolorosas injunções da impiedade humana.

Acende o sol do Evangelho em casa, reúne-te com os teus para orar e jamais triunfarão trevas em teu lar, em tua família, em teu coração.