Leis Morais da Vida

CAPÍTULO 27

COMPANHEIROS PERIGOSOS



São envolventes, persuasivos, gentis.

Indiferentes à gravidade dos problemas que perturbam o próximo, fazemse solidários quando a pessoa está equivocada, tomando-lhe o partido.

— "Não dë importância a quem o adverte" —‘conclamam, quando o outro está em compromisso negativo.

— "Seja superior" —, arengam aos ouvidos de quem foi colhido pela circunstância infeliz que engendrou.

—"Nada de pedir perdão" —, arrematam ao interlocutor perturbado, que se ampara na sua frivolidade.

— "Aproveite a vida.

Somente se vive uma vez" — resmungam, conselheirais, como se dotados de toda a sapiência.

Outras vezes, apresentam-se como privilegiados, com um sorriso bailando nos lábios, concitando à tolerância, para com tudo, isto é: exatamente em referéncia às coisas que levam à abjeção moral.

Passam considerados como "boas pessoas", dotados de "excelentes valores" porque conseguem ocultar, no cinismo doentio de que são vítimas, os distúrbios morais e mentais em que se debatem.


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Sabes, sem que ninguém te aplauda ou objurgue, quando acertas ou erras.

A palavra estimulante é de significação valiosa, indispensável mesmo.

As expressões encomiásticas, todavia, alardeando qualidades que não possuis, trazem o bafio da loucura e levam ao desequilíbrio. Nesse sentido, a crítica de qualquer natureza, quando procedente, mesmo ácida, sempre merece consideração.


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Pessoas apontam-te os erros quando estás ausente, censurando-te, não obstante refugiam-se na tua presença, elogiando-te.

Companheiros atiram os teus erros, à tua face, em nome da lealdade, desanimando-te.

Agem erradamente.

São perigosos, quão insensatos.

Reflexiona com calma em torno dos teus atos e ouve a consciência.

Se persistires em dúvida quanto ao acerto desta ou daquela atitude, ora, consulta o Evangelho e ele te responderá irrefragavelmente com segurança, discrição gentil e nobre.

Se quiseres, entenderás a mensagem que dele dimana, compreendendo como deverás atuar de outra vez com retidão.

Nem todos possuem capacidade de discernimento para ajudar com acerto.

O consenso alheio é respeitável, mas não imprescindível.

Considera as opiniões, os arrazoados, os palpites dos teus amigos.

Tem, porém, cuidado com aqueles que, embora aparentem amizade, são adversários perigosos disfarçados. Por isso, em qualquer circunstância segue, consulta e ouve Jesus, que nunca erra, jamais abandona e ajuda sempre com amor.