Leis Morais da Vida

CAPÍTULO 47

DE ÂNIMO INQUEBRANTÁVEL



Em teu compromisso pessoal de renovação contínua com Jesus, precata-te contra os fatores circunstânciais, sutis e perigosos que se te insinuam, transformando-se, posteriormente, em teus algozes impiedosos.

O ácido da ingratidão, o fel da amargura demorada, o vinagre da revolta constante, a truculência da rebeldia, a sombra da dúvida, a lâmina da maledicência, o veneno da ira, o’ azinhavre da preguiça e todo um cortejo que lentamente penetra, domina as engrenagens do teu labor, emperrando a máquina das tuas aspirações e sitiando-te no canto escuro do ceticismo ou no poço fundo da soledade.

Em lugar deles deixa que se te instalem o labor exaustivo pelo bem, o aroma da esperança nas ações, o óleo do otimismo nas peças enferrujadas pela decepção, a chama da alegria em toda a atividade, a presença da tolerância na luta, o amplexo da fraternidade autêntica junto aos demais, a paz da paciência e o tempero do bom humor, de forma estimulante para os momentos asados em que os problemas pareçam ameaçar consumir-te.

Não faltam os conspiradores da paz nos arraiais do nosso bom viver.

Pululam, entretanto, também, os estímulos da santificação quando nos voltamos para as esferas da luz.

Fitando o sol e deixando-te por ele deslumbrar, énatural que nem sempre te detenhas no solo e os teus pés sejam feridos, agredidos pela urze e pelo pedrouço que terás de calcar.

Não obstante, ao atingires o planalto que te deslumbra, à frente, donde poderás vislumbrar os horizontes sem fim da plenitude da vida, serão de somenos importância os óbices vencidos, que ficaram para trás, os problemas superados que deixaste à margem.

Cada alma, porém, segue até onde pode.

Não sejas daqueles que coletam mágoas, que desertam, que desconfiam, que ruminam desesperos íntimos, que modificam a estrutura de fatos ao prazer do desequilíbrio interior. .

Filho da luz divina, marchando na direção do Pai, deixa as bagas de amor como gotas de orvalho e de carinho pelos caminhos percorridos, porque o homem será sempre, hoje ou mais tarde, o que se faça de si mesmo.

Forte, deverá vencer as paixões; fraco, deverá fortalecer-se em Cristo para a vitória de si mesmo.

E entregando-te em clima de total confiança a Deus triunfarás, porque tal é a meta que a todos nós está destinada.