Leis Morais da Vida

CAPÍTULO 49

DIREITO DE LIBERDADE



Intrinsecamente livre, criado para a vida feliz, o homem traz, no entanto, ínsitos na própria consciência, os limites da sua liberdade.

Jamais devendo constituir tropeço na senda por onde avança o seu próximo, é-lhe vedada a exploração de outras vidas sob qualquer argumentação, das quais subtraia o direito de liberdade.

Sem dúvida, centenas de milhões de seres transitam pela infância espiritual, na Terra, sem as condições básicas para o auto-discernimento e a própria condução. Apesar disso, a ninguém é lícito aproveitar-se da circunstância, a fim de coagir e submeter os que seguem na retaguarda do progresso, antes competindo aos melhor dotados e mais avançados distenderlhes as mãos, em generosa oferenda de auxílio com que os educarão, preparando-os para o avanço e o crescimento.

Liberdade legítima decorre da legítima responsabilidade, não podendo aquela triunfar sem esta.

A responsabilidade resulta do amadurecimento pessoal em torno dos deveres morais e sociais, que são a questão matriz fomentadora dos lídimos direitos humanos.

Pela lei natural todos os seres possuímos direitos, que, todavia, não escusam a ninguém dos respectivos contributos que decorrem do seu uso.

A toda criatura é concedida a liberdade de pensar, falar e agir, desde que essa concessão subentenda o respeito aos direitos semelhantes do próximo.

Desde que o uso da faculdade livre engendre sofrimento e coerção para outrem, incide-se em crime passível de cerceamento daquele direito, seja por parte das leis humanas, sem dúvida nenhuma através da Justiça Divina.

Graças a isso, o limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, a prisão sem barras em que expungirá mais tarde, mediante o impositivo da reencarnação, ou as asas de luz para a perene harmonia.


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A liberdade é a grande saga dos povos, das na ções, da Humanidade que lutam através dos milênios contra a usurpação, a violência, a hegemonia da força dominadora, sucumbindo, sempre, nessas batalhas os valores éticos, vencidos pelo caos da brutalidade.

Livre o homem se tornará, somente, após romper as férreas algemas que o agrilhoam aos fortins das paixões.

A sua luta deve partir de dentro, vencendo-se, de modo a, pacificando-se interiormente, usufruir dessa liberdade real que nenhuma grilheta ou presídio algum pode limitar ou coibir.

Enquanto, porém, arrojar-se à luta sistemática de opinião de classe, de grei, de comunidade, de fé, de nação, estimulará a desordem e a escravidão do vencido.


Todo vencedor guerreiro, porém, é servo de quem lhe padece às mãos, qual ocorre com os guardiães de presidiários, que se fazem, também, presos vigiando encarcerados. *

Prega e vive o amor conforme o ensinou Jesus.

Ensina e usa a verdade em torno da vida em triunfo, de que está referto o Evangelho, a fim de seres livre.

Atém-te aos deveres que te ensinam engrandecimento e serviço ao próximo.

O trabalho pelos que sofrem limites e tumultos ensinar-te-á autoconhecimento, favorecendo-te com o júbilo de viver e a liberdade de amar.

Na violência trágica do Gólgota não vemos um vencido queixando-se, esbravejando impropérios e explodindo em revolta. Sua suprema sujeição e seu grandioso padecimento sob o flagício da loucura dos perseguidores gratuitos atingem o clímax no brado de perdão a todos: ingratos, cruéis, insanos, em insuperável ensinamento sobre a liberdade de pensar, falar e agir com a sublime consciência responsável pelo dever cumprido.