Ante os desafios hodiernos, é inevitável a indagação a respeito da melhor conduta a adotar, a fim de seguir os ensinamentos de Jesus Cristo.
No passado já recuado, os cristãos primitivos acreditavam que, fugindo do mundo e das suas tentações, melhor sintonizavam com o pensamento do Mestre, não obstante as suas existências se tornassem inúteis ao ministério de divulgação da Palavra e do socorro ao próximo necessitado.
Posteriormente, à medida que se foi organizando a Igreja, em franca proscrição das propostas de espontaneidade e liberdade ensinadas pelo Messias, o recolhimento aos monastérios se fez natural, como eficaz maneira de combater o mundo e suas perturbações.
Esqueceram-se, aqueles que abandonavam a convivência social, que o Rabi fez-se notável Comunicador em razão da Sua convivência com as massas, especialmente aquelas constituídas pelos pecadores e de má conduta, as quais Ele conseguia modificar através do magnetismo que irradiava e da profundidade dos conceitos que enunciava.
Com Francisco de Assis, surgiu um novo movimento de renúncia ao século e de serviço a Deus através do mundo e das suas criaturas.
Seguindo-lhe as pegadas, Teresa D’Ávila, João da Cruz, Pedro d’Alcântara e outros dedicaram-se ao ministério da abnegação, superando as injunções de cada época a serviço do Mestre.
Na Rússia, avassalada pela impiedade e dominada pela violência de Ivan, o Terrível, surgiram os loucos de Deus, numa entrega exaltada à fé religiosa.
O Movimento teve início com Basílio, o Bem-Aventurado, que se afastou do czar Ivan, denunciando-lhe os crimes, quando o mesmo atirou-se na volúpia das conquistas desumanas, assinaladas por crueldade invulgar. Logo a seguir, surgiu Nicolau, que enfrentou o czar em plena praça pública, por ocasião de uma das suas conquistas e exprobrou-lhe o caráter, gritando-lhe: - Come o pão e o sal ao invés de beberes o sangue humano.
O filho de Ivan, herdeiro do trono, Fédor, que o sucedeu, tornou-se, também, louco de Deus, mas o cetro da governança ficou nas mãos do seu cunhado Bóris Godunov.
Eles tiveram a coragem de despojar-se de tudo para seguir o Mestre e viver conforme Aquele a quem amavam.
Na atualidade, a proposta para seguir Jesus está alicerçada no conhecimento lúcido de Sua mensagem, de forma que a conduta seja profundamente afetada, ensejando a própria entrega sem fugir dos deveres e compromissos mundanos, nem se atirar aos interesses nefastos das ambições terrestres como também, em vitalizar o pensamento cristão com a fé raciocinada que faculta atender aos falidos morais e físicos da humanidade.
É dever sair-se das paredes estreitas do círculo religioso ou do gabinete da pesquisa para a ação incessante em favor de todos os homens e mulheres do mundo, recurso único à disposição para demonstrar a excelência dos conteúdos da fé e a vitalidade que possuem quando colocados a serviço da humanidade.
Os seguidores de Jesus, nos dias modernos, não têm outra alternativa, senão aquela de construir o bem em toda a parte, vivendo conforme os princípios ético-morais do dever, da fraternidade, da tolerância, da compaixão, do perdão, da caridade...
Variando de épocas e de circunstâncias, os problemas e lutas continuam os mesmos, gerando conflitos no sincero discípulo de Jesus.
mais amplas facilidades e, por consequência, mais numerosos desafios.
Simultaneamente, facultaram melhor divulgação dos postulados enobrecedores do ser humano, especialmente os conceitos elaborados e vividos por Jesus, o que estimula ao prosseguimento dos objetivos iluminativos.
O candidato, portanto, que pretende seguir o Mestre, vivendo- Lhe os ensinamentos e imitando-Lhe a conduta, deve permanecer vinculado aos labores e compromissos sociais que promovem as demais criaturas, mantendo-se no reto proceder e aberto à contribuição da cultura geral para equipar-se de recursos que podem enfrentar o materialismo e a crueldade, alterando-lhes a vivência.
Sem qualquer comportamento esdrúxulo, viver no mundo sem escravizar-se ao mesmo, é o novo desafio cristão.
Pensamentos extraídos da mensagem Seguidores de Jesus, recebida em Berlim, Alemanha, em 19 de maio de 2001.