Quando surpreendido pelo sofrimento de qualquer matiz, lembra-te do Divino Educador, corrigindo-te as imperfeições.
Convidado ao leito por enfermidade sorrateira e perturbadora, não te consideres desamparado.
Esse é um recurso educativo para ensejar-te reflexões em torno da existência terrestre e da vida como um todo.
Tomado pelo vendaval da incompreensão, não te sintas em desamparo sob o látego da injustiça.
Toma a ocorrência como forma de recuperação moral a respeito de delitos que permaneciam aguardando reparação.
Vítimado por calúnias ultrizes e empurrado ao fosso da injúria e da difamação, entre amigos a quem estimas, não te tenhas em conta de desventurado.
Estás sendo convocado ao testemunho do silêncio e da confiança em Deus.
Tomado pela angústia da desencarnação de um ser querido, tragicamente arrebatado ou vitimado pelo desgaste biológico que a enfermidade cruel venceu, não te lastimes.
A morte é mensagem da vida, contribuindo para a valorização da oportunidade existencial.
Abandonado por companheiros e afetos, que se afastaram do teu círculo quando mais necessitavas deles, não seguirás a sós.
O Senhor está convocando-te a labores mais elevados, que te exigem solidão para melhor trabalhares o mundo íntimo.
Açodado por presenças espirituais negativas que te ameaçam, não te permitas auto análises pessimistas.
Trata-se de recurso superior concitando-te à conduta mental e moral correta, a fim de permaneceres em equilíbrio, auxiliando aqueles que ainda se demoram na ignorância.
Nem sempre o êxito e o aplauso, o apoio como a glória terrestres significam conquistas valiosas para o Espírito.
Cada uma representa, invariavelmente, um empréstimo Divino, de forma que o aprendiz humano invista esses estímulos no próprio crescimento.
O apóstolo Paulo, reflexionando em torno de tais dificuldades e testemunhos, afirmava, conforme se lê em Hebreus doze, versículo sete: É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?
As dores que chegam aos corações, em luta de redenção, não têm caráter punitivo, antes constituem técnicas de educação, de que se utiliza o Pai Amoroso convocando o filho rebelde à edificação interior, à reparação dos próprios erros.
Júbilos, facilidades, conforto, beleza e saúde são concessões espirituais de que os seus possuidores terão que prestar contas, conforme o uso que deles façam.
Convencionou-se que o Amor de Deus deve sempre oferecer o mais agradável à criatura humana, mesmo quando esta não tenha condições de multiplicar os títulos de sabedoria que lhe são concedidos, desperdiçando tempo e oportunidade, que recuperarão com lágrimas e angústias.
Desse modo, as ocorrências consideradas como infortúnios, quando não provocadas pela incúria ou pela insensatez, constituem recurso salvador oferecido a todo aquele que se encontra em débito, para que mais facilmente supere as próprias dificuldades e recupere a paz íntima, avançando para a bem-aventurança que lhe está reservada.
O alimento mantenedor da vida é o amor, sem o qual a mesma se transforma em fenômeno vegetativo, sem significado psicológico existencial.
O amor, quando verdadeiro, irradia-se como a luz, nunca se maculando com ressentimentos, dissabores, amarguras...
Perdoa naturalmente e, às vezes, nem necessita fazê-lo, porque não se melindra com ofensas, nem agressões.
Serve sem cessar, porque essa é a sua finalidade, construindo o bem, a paz, o progresso em todo lugar.
Graças à sua presença, aquele que o esparze vive em paz de consciência, com alegria, retirando bons proveitos de todas as ocorrências, sem observar-lhes a procedência.
A autorrealização que anelas decorrerá da aplicação de algumas das leis essenciais da Vida: amor, perdão e serviço.
O Amor de Deus te inunda, e o Seu perdão às tuas faltas oferece-te o ensejo da reencarnação, na qual deves servir até o momento final na Terra.