Luz Imperecível

CAPÍTULO 107

MENTALIDADE CRISTÃ



Mt 25:35


Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;

PORQUE TIVE FOME, E DESTES-ME DE COMER; - Há dois tipos de fome: f ome material e fome espiritual. Biologicamente precisamos nos alimentar em quantidade e qualidade adequadas. Espiritualmente carecemos de ensinamentos, de experiência, de compreensão, de justiça.

Muito nobre o trabalho que se faz no sentido de alimentar o faminto, fisicamente considerado. Ao dispor-se à cooperação, vemos alongar-se os mais expressivos gestos de fraternidade e generosidade para com o semelhante.

No contexto a que nos ajustamos somos também acentuadamente carentes, ao tempo em que visualizamos a grande massa dos filhos do Calvário a mendigarem as cotas de entendimento, de orientação, de paciência, de encorajamento em sua busca de ventura e bem estar. Felizes seremos quando despertos para o ensejo de cooperar na grande obra do Cristo, descobrimos os celeiros de sustentação, em foro de eternidade, ao adotarmos com interesse e determinação a sublime oportunidade de servir na grande Seara.

TIVE SEDE, E DESTES-ME DE BEBER; - A água é elemento indispensável ao surgimento e à manutenção da vida. Integra em grande proporção o corpo biológico; dela não podemos prescindir.

Com a figura da água, Jesus transmite-nos valioso apontamento, convocando-nos ao trabalho capaz de favorecer o equilíbrio do semelhante.

Da sede orgânica extrapolamos para as necessidades fundamentais da criatura nos campos do esclarecimento e da cooperação eficientes, indispensáveis ao seu encaminhamento nos terrenos do progresso.

As expressões tive fome e tive sede ressoam no campo consciencial de cada um. Seja refletindo, a busca do conhecimento e da oportunidade de servir nos momentos de identificação com a Sua Mensagem; seja, ainda, nas ocasiões da veiculação prática dos ensinos, quando do trato objetivo com aqueles pequeninos que, consubstanciando o Seu retorno, esperam nossa cota de auxílio em nome Dele.

ERA ESTRANGEIRO, E HOSPEDASTES-ME; - Lembremo-nos de uma pessoa em terra estranha, querendo comunicar-se e não conseguindo. O d rama para transmitir algo sobre as necessidades mais vulgares. Nesse prisma não nos será difícil compreender o porque da alusão de Jesus a essa imagem. Nos carreiros da evolução, em meio às recapitulações reencarnatórias não somente nos vimos como estrangeiros, quer nos lares, nas oficinas, no plano social, defrontamo-nos com muitos que, participando das experiências diárias, ladeando conosco, se postam como extremamente afastados de nosso modo de pensar, de nossos conceitos, de nossos hábitos.

Se, nessas circunstâncias, aguardamos compreensão e acolhimento por parte dos que nos circundam, quanto mais esses, por sua vez, esperam a nossa tolerância e disposição de abrigá-los sob o teto da simpatia.

Na extensão desses fatos do dia a dia, voltamo-nos para nós mesmos e nos visualizamos, afastando-nos dos interesses imediatistas e transitórios, com as marcas da irresponsabilidade, da viciação ou da delinquência, próprias de nossa terra de origem, sendo abrigados pelos amigos e benfeitores espirituais que nos aceitam tais quais somos; como, também, pelas novas ideias a nos proporcionarem confiança e esperança em dias melhores e direcionando-nos na edificação de uma mentalidade efetivamente cristã.