Luz Imperecível

CAPÍTULO 122

LIVRE-ARBÍTRIO E DISCERNIMENTO



Mc 10:51


E Jesu7s, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.

E JESUS, FALANDO, DISSE-LHE: - Falando, Jesus sempre disse alguma coisa. Imperioso o cuidado com as palavras ociosas e ter em conta que a mensagem veiculada por nós é sempre o retrato de nossa estrutura moral, revelando aos nossos interlocutores.

QUE QUERES QUE NTE FAÇA? - Jesus sabia o que ele queria. Desejava, porém, que ele se manifestasse, demonstrando, com isso, respeito pelo livre-arbítrio de todas as criaturas. Tal pergunta ressoa igualmente dentro de nós, quando, a Ele recorrendo, nos predispomos à captação de Suas bênçãos. O que estamos querendo da Doutrina, da leitura dos livros, do estudo do Evangelho? Conscientizar daquilo que efetivamente carecemos é uma necessidade.

E O CEGO LHE DISSE: MESTRE, - O cego, refletindo a nossa insipiência, reconhece em Jesus, o Mestre. Na nossa cegueira espiritual, também carecemos do seu concurso. Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem, porque eu o sou,. (Jo 13:13) . Ele instrui, ensina o caminho, descortina sempre o melhor.

A medida que vamos nos inteirando dos mecanismos que governam os seres em sua marcha, passamos a retirar de cada fato, de cada situação, seu lado didático. O que até então expressava ocorrências fortuitas ou caprichos do destino, passa a revestir-se de valioso sentido orientador dos passos.

Ao dizer Mestre o cego, que hoje pode estar presente na soma de nossas deficiências, sugere que saibamos retirar da vida e das circunstâncias que nos visitam, os componentes de instauração e ampliação das faculdades de ver, imprescindíveis ao trabalho e à locomoção na rota do destino.

QUE EU TENHA VISTA. - Em ocasião semelhante, talvez nos esquecêssemos das reais carências que portamos, para pedirmos outras coisas. Isso é o que tem acontecido. A oração do cego encerra precioso ensinamento. Embora estivesse em carência, a cata de recursos exteriores mendigando, diante d’Aquele que poderia libertá-lo, consegue suplicar o essencial. E esta súplica deveria ser também a nossa: que eu tenha vista, que eu enxergue, que eu compreenda.

Realmente conquistando a visão, adquirimos entendimento, discernimento. E quem é capaz de discernir, vê, em toda situação, os ângulos positivos e educativos, sabendo escolher o melhor em qualquer momento.