E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derribou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas.
E VIERAM A JERUSALÉM; - Na derradeira semana da presença física de Jesus entre nós, Ele passava a noite em Betânia, a 3 km de Jerusalém, para onde normalmente se dirigia.
Jerusalém - Capital religiosa da Palestina, ficava na Judeia. Para lá se encaminhou Jesus que se fazia acompanhar pelos apóstolos.
Figuradamente, entendemos Jerusalém como a região que reúne as aspirações mais elevadas do ser, nos terrenos do espírito, representando o centro de suas cogitações em sua caminhada ascensional.
E JESUS, - Organizador, administrador e responsável pela Terra. Sua evolução se perde na poeira dos sóis. Guia e modelo para a Humanidade.
ENTRANDO NO TEMPLO, - O templo, foi originariamente edificado por Salomão. Então já destruído e reconstruído. Maravilha arquitetônica; glória do povo judeu. Era enorme, com lugares especiais para os homens, as mulheres, os sacerdotes, as pessoas portadoras de doenças infecciosas. O l ocal principal era o Santo dos Santos, ao qual só tinha acesso o Sumo Sacerdote, no dia anual da Expiação.
Por templo entendemos a intimidade do espírito com os valores da razão e do sentimento a requerer, através do acesso de Jesus, a indispensável purificação, capaz de transformá-lo na Casa do Pai. Para que tal limpeza se faça, necessitamos adotar, pela assimilação do Evangelho, os instrumentos de ação retificadora do caminho e o empenho incansável de afirmar-se no Bem.
Paulo lembra que o corpo é o templo do espírito. Como entrou no templo, é preciso que Jesus e os apóstolos - representados por sua Doutrina - penetrem terreno a dentro de nós mesmos. Isso vem acontecendo à medida que damos expansão ao melhor, sob a influência do Evangelho. Aliás, é o que nos leva a entender o registrado por João: Mas Ele falava do templo do seu corpo. (Jo
COMEÇOU A EXPULSAR - O trabalho está iniciado e deve continuar, de modo permanente.
Neste particular, a ação carece de resolução e força. Na limpeza interna, precisamos reunir objetivo, conhecimento, disposição e austeridade, a fim de expulsarmos a acomodação e a soma de impropriedades que cultivamos, alimentadas pelo vício, pelo erro e pela ignorância.
OS QUE VENDIAM E COMPRAAM - Para que o comércio se estabelecesse no Templo devia haver conivência das autoridades religiosas. E até interesse. De modo especial na Páscoa - principal comemoração religiosa judaica - era enorme a afluência de pessoas a Jerusalém, procedentes de todas as partes do mundo. Os animais que ali eram vendidos destinavams e aos sacrifícios e holocaustos. Estes, os holocaustos, quando toda a vítima era queimada; aqueles - os sacrifícios - quando só o eram em partes. De fato, não devemos transformar o templo em casa de comércio. No entanto, às vezes, não corre dinheiro, mas há uma troca comprometedora de atenções, de gentilezas, de agrados.
É preciso evitar nas empreitadas espirituais a instalação de elementos perniciosos que venham a redundar na troca mercantilista de interesses menos dignos entre encarnados e/ou desencarnados.
O bem deve ser feito por Amor ao próprio Bem, escoimado de propósitos de natureza transitória e materialista que ainda nos dominam.
NO TEMPLO, - Houve duas purificações, dando a entender o cuidado que devemos ter com relação ao templo - ou seja, a casa Espírita e a casa mental. Devem ser objeto de limpeza permanente. A primeira, tendo em vista a pureza evangélico/doutrinária; a segunda, quanto à assepsia mental e ao aperfeiçoamento constante. Ambas só podem ser realizadas a contento com Jesus e Suas sábias orientações.
E DERRIBOU AS MESAS DOS CAMIADORES - O serviço de câmbio era estabelecido na Casa de Oração. Muitos judeus vinham do estrangeiros, da dispersão e traziam dinheiro de suas regiões que deveria ser trocado, pois no templo só circulava a moeda romana.
Derribando as mesas dos cambiadores, Jesus desarticulava o mal organizado dentro do templo, como só Ele consegue fazer com relação, também, às trevas existentes nos corações.
E AS CADEIRAS DOS QUE VENDIAM POMBAS. - As cadeiras bem evidenciam a tranquilidade, a acomodação, às quais nos ajustamos sem resistência no decorrer do tempo, em atendimento às tendências ao menor esforço. Tal fato apresenta-se bem caracterizado naqueles que se achavam assentados no interior do templo, oferecendo a terceiros os instrumentos de sacrifício, a que por si mesmos, não se dispunham a adotar no plano reeducativo.
As pombas eram vendidas em grande número, pois, para os pobres, substituíam os animais mais caros para os sacrifícios.
Quantas imperfeições temos instaladas, e confortavelmente, em nossos corações?
Fica a lição: os pequenos erros podem nos conduzir às grandes complicações!
A segunda purificação, conforme as narrativas evangélicas, deu-se na última semana da vida física de Jesus, e foi também relatada por Mateus (Mt
Coube a João anotar a primeira purificação (Jo