E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina.
E OS ESCRIBAS E PRÍNCIPES DOS SACERDOTES, TENDO OUVIDO ISTO, - Os doutores que ensinavam a lei de Moisés e os ex-sumos sacerdotes não mais em função, procuravam algo para ser utilizado contra o Mestre.
Ainda hoje, somente ouvimos e registramos o que, por qualquer motivo, nos interessa. E, repetindo velhos hábitos, argumentamos, contestamos e insurgimos com os valores da tradição, no intuito de neutralizar os princípios cristãos que procuram crescer e prosperar no coração, adiando indefinidamente o encaminhamento de nossa vida para os ângulos de reconforto e paz.
BUSCAVAM OCASIÃO PARA O MATAR; - Tudo tem o seu tempo.
Aguardavam oportunidade favorável para concretizar o seu intento pernicioso. Queriam eliminar o Senhor, pois o enxergavam como um obstáculo junto do povo e de seus interesses, em particular.
É necessário, no propósito reeducativo que empreendemos, ter em conta a presença das forças de ordem negativa organizando-se, para a eliminação dos melhores propósitos de construção espiritual que alimentamos.
Descuidados do imperativo da vigilância, acabamos por abrir brechas à penetração das sombras, suscetíveis de nos levarem ao erro ou à deserção.
Não são poucos, também, os momentos em que vivemos o dissabor ou a desilusão, resultantes de atitudes menos felizes praticadas, apesar da presença clara da verdade em nosso entendimento. Quando a insensatez invade os corações, inicia-se o acúmulo de lágrimas que a seu tempo, serão vertidas, até que a sensibilidade cristã, a renúncia e a compreensão possam assumir os comandos mantenedores do bem estar, em face da consciência tranquila. Não se pode esquecer que todo padrão de equilíbrio e segurança tem um preço, ajustado pelo grau de persistência e de vigilância que adotamos no abençoado trabalho que, efetivamente, implementamos em favor de nossa libertação.
POIS ELES O TEMIAM, - Não se sentiam seguros na maneira de se conduzir com a presença do Nazareno. Com Ele ausente estariam novamente livres para agirem e exercerem livremente, a sua influência.
Trazendo vivos, ainda hoje, os reflexos de ações convencionais e interesseiras, vivenciadas nos séculos, colocando a nosso serviço pessoas, situações e coisas na alimentação de um ponto de vista egoístico, permanecemos resistentes e inflexíveis ante tudo quanto possa nos destituir do trono do menor esforço. Tal situação não apenas nos coloca refratários às mudanças. Sugere de modo infeliz a identificação de estratégias que possam neutralizar e mesmo destruir qualquer iniciativa que signifique ameaça ao império de acomodação que construímos e empenhamos a todo custo em conservar.
Chega, no entanto, o momento em que as respostas à insensatez, na forma de dor e frustração, convocam-nos à reflexão. A luz penetra através das frestas decorrentes dos abalos sofridos, e a pedra rejeitada é buscada e colocada no legítimo lugar da nova construção, capaz de no proporcionar satisfação de expressivo sabor espiritual.
ESTAVA ADMIRADA ACERCA DA SUA DOUTRINA. - Enquanto nos mantemos distantes dos fatos, nada ocorre de significativo. Porém, a partir do momento em que começamos a nos despertar pelos ensinos do Filho de Maria, instaura-se a admiração, e passamos a experimentar novos propósitos nos terrenos da aprendizagem e da renovação.
O alto grau de Amor e magnetismo do Cristo atinge a cada um dos integrantes milenares da multidão, abrindo novas perspectivas de progresso. A partir desse sublime toque vibratório, o ser passa a trabalhar no desprendimento das amarras psíquicas a que se ajustava de longo tempo, elegendo Jesus como o Centro de seu sistema de existência, ajustando-se com naturalidade em sua órbita de Bondade.
Quem admira pode ser apenas um simpatizante. E o simpatizante de agora poderá ser o adepto sincero de amanhã. É uma questão de tempo.
Daí o receio dos escribas e dos príncipes dos sacerdotes. Contudo, queiramos ou não, um dia a verdade triunfará.