Luz Imperecível

CAPÍTULO 129

LIBERTAÇÃO



Mc 14:11


E eles, ouvindo-O, folgaram e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como O entregaria em ocasião oportuna.

E ELES, OUVINDO-O, - Ouvir é escutar, repercutindo no íntimo. No caso em pauta, a palavra de Judas ressoava de acordo com os próprios desejos daqueles que O escutavam. Vale registrar que, nestas horas, desencarnados, nas faixas de sintonia, também participam ativamente dos comentários. Não raro, a nossa inferioridade casa-se com as expressões de inferioridade deles e dos encarnados, havendo quase sempre confabulação, retumbante e entusiástica.

Ouvindo-o, nos faz entender que o fato se repete, continua presente.

Ao falar, canalizamos no verbo vibrações do sentimento a ecoarem junto daqueles que se nos afinizam, na concretização de acontecimentos e situações, cujos resultados se reverterão sobre nós mesmos, de forma positiva ou negativa, de acordo com a natureza das emissões. Vigiar e orar foi, é, e será sempre, a recomendação capaz de nos forrar a muitas dores e decepções no encaminhamento das experiências.

FOLGARAM - A alegria de cada um se fundamenta, também, nos planos traçados para o alcance dos objetivos que elege. A treva se alegra com o êxito das trevas. Na edificação da alegria incumbe-nos selecionar os interesses que venham merecer o nosso empenho, a fim de que, livres de apreensões, possamos erguê-los, com júbilo, nos alicerces da reta consciência.

E PROMETERAM DAR-LHE DINHEIRO; - Como os amigos conhecem nossas tendências boas, os inimigos procuram identificar as nossas fraquezas, porque só através delas eles podem se impor. Judas gostava de dinheiro. O dinheiro em si não é bom nem mau. É neutro. Depende da maneira como o utilizamos e fins a que destina. Na Terra, o apego e o mau uso do dinheiro tem sido um transtorno.

Paulo apercebendo-se disso escreveu a Timóteo: Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. (Tim.

6 e
10) . É o que se deu com Judas. Amor ao dinheiro aliado à ideia de um Salvador que, ao invés de conquistar as almas pelo Amor no curso do tempo, se impusesse às criaturas.

A promessa foi para assegurar o negócio. Nossas quedas são sempre antecedidas de promessas de que ninguém vai tomar conhecimento; de que não haverá repercussão; de que o ato não é tão grave como imaginamos; de que muitos já têm procedido de modo semelhante e até - segundo a circunstância - pessoas mais importantes que nós.

E BUSCAVA COMO O ENTREGARIA - Identifica-se aí a procura da estratégia de como se efetivaria a providência delineada. Tanto para o Bem como para o mal é preciso verificar o modo para se concretizar um propósito. Antes de efetivar-se qualquer ação, podemos notar como participamos dos preparativos, imaginando todas as situações possíveis que possam mais nos favorecer. Nos eventos e circunstâncias do dia a dia, na seleção das metas, muitas vezes, podemos nos deixar trair pelas insinuações das fraquezas, elaborando verdadeiras tramas com que julgamos nos resguardar dos envolvimentos.

No entanto, já temos suficiente experiência para concluir que não se pode ferir a Lei sem lesar a consciência. Traindo Judas a Jesus, acabou por trair-se a si mesmo.

EM OCASIÃO OPORTUNA. - Tudo tem sua hora. No caso, convencionous e a triste ocasião em que Jesus seria entregue. Relativamente a nós, são as convenções das trevas, que ainda residem em nós, determinando ocasião, em que, na tentativa de enganar alguém, tisnamos a claridade da consciência, consubstanciada na dimensão do Cristo que habita em nós.

De outro lado, costumamos fracassar numa iniciativa por que não a conduzimos de maneira adequada e nem aguardamos o momento conveniente. Quando esses fatores se conjugam estamos próximos da vitória.

Por falta desse discernimento, iniciou-se em Judas, logo após entregar o Mestre, o processo da auto-punição, suicidando-se. Séculos após, depois de dolorosas reencarnações, retorna ao palco dos experimentos humanos para coroar, praticamente, suas lutas redentoras na personalidade de Joana D’Arc, segundo algumas fontes mediúnicas, quando pode deixar gravadas, para toda a Humanidade, as lições atinentes à libertação, pelas vias difíceis das expiações, das dores cruéis.