E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz.
E NINGUÉM, - Sem exceção; não importa o que, quando e onde.
ACENDENDO - Tempo de verbo definindo um eterno presente, tal qual o processo de evolução das criaturas. Para a candeia ser acesa necessita de combustível e pavio. E ambos se gastam. Lembra a busca, o trabalho e a perseverança imperiosos à aquisição, manutenção e desenvolvimento de todo conhecimento ou experiência. Quem acende uma candeia ou qualquer fonte de iluminação é o primeiro a beneficiar-se. A luz expressa o conhecimento, a fé esclarecida, que, por sua vez, podem variar de intensidade. O sábio pode iluminar o mundo com os seus conhecimentos; o santo, com as suas virtudes. Devemos igualmente, pelo estudo e pelo trabalho, fazer luz interior, para eliminar as trevas do erro que aí se encontram.
UMA CANDEIA, - Era a lâmpada daquela época. Todavia, mudaram os processos de iluminação, numa demonstração de que tudo evolui.
Espiritualmente, esse progresso nos recorda o fato de que não podemos parar, nos dar por satisfeitos, como realizados. O conhecimento satisfatório de ontem, hoje pode se encontrar totalmente superado. Imaginemos se tivéssemos de dirigir um carro moderno, numa estrada, à noite, dispondo apenas da luz de uma candeia. No entanto, o desenvolvimento das técnicas nos trouxe os potentes faróis da atualidade.
Empenhemo-nos em acender a candeia, sabendo, por um lado, respeitar quem tem pouca luz, e, também, ver na luz maior dos outros a oportunidade de avaliar nossas limitações, em todos os campos da aprendizagem.
A COBRE - Pôr alguma coisa por cima, velar. Em se tratando da luz, revela egoísmo altamente prejudicial a nós e ao próximo. Prejuízo pessoal, pela falta de claridade que a nós mesmos impomos, no cultivo dos interesses egoísticos pela falta de legitimidade na busca dos novos padrões do Espírito, que se abrem à percepção. E, quando imersos no casulo da insensibilidade, impedimos, também aos outros, a identificação das suas possibilidades imprescindíveis à dinamização de seus potenciais superiores.
COM ALGUM VASO, - Acender uma luz, para em seguida cobri-la é contrassenso. Por ausência de oxigênio, ela corre o risco de se apagar.
Conhecimento que não circula fica fora de moda; não cresce com os juros e correção monetária das trocas de ideias. O evangelista Marcos não se refere a vaso, mas escreve: debaixo do alqueire (Mc
É o homem-computador de nossa época, que, quando dissociado dos interesses espirituais, só se move, só faz algo por interesse pessoal, colocando seu conhecimento e experiência a serviço exclusivo das operações egoísticas.
Cobrir a luz com algum vaso, é permitir que criações imediatistas venham a envolver as mensagens de Amor, por nós já assimiladas, impedindo que elas possam se refletir em favor de nosso equilíbrio e daqueles que aportam ao nosso campo de ação.
OU A PÕE DEBAIXO DA CAMA; - É insensatez acender uma candeia, um foco de luz e colocá-lo debaixo da cama. Muitos, contudo, o fazem, pondo sua fé e seu conhecimento a serviço do próprio comodismo. Se o do cálculo quase sempre pensa em vantagens monetárias, o da cama só se importa com o bem-estar. Exemplificando: Se o primeiro vende a mediunidade, este gosta das festas, das atenções, das gentilezas, dos agrados. A ambos será perguntado: o que fizeram do valioso talento do conhecimento?
MAS PÕE-NA NO VELADOR, - Velador, suporte vertical de madeira, assentado numa base ou pé, terminando no alto, por um disco onde se põe um candeeiro ou uma vela. Quanto mais alta é colocada uma lâmpada, maior será o seu raio de ação. Conhecimento colocado no alto revela sua natureza superior, sob influência espiritual de igual nível. E o velador é o lugar para se colocar a fonte de luz. A luz, quando fixa, revela o local em que nos encontramos; quando à frente e em movimento, guia.
Conhecimento e experiência colocados à serviço da coletividade, de encarnados e desencarnados, e, sem sombra de dúvida, a luz sobre o velador.
PARA QUE OS QUE ENTRAM 5EJAM A LUZ. - Encontramo-nos, nós do plano físico, sob as limitações da reencarnação na Terra, ainda um mundo de provas e expiações. Diariamente, são muitos os espíritos que tomam um novo corpo de carne em busca da progressão espiritual. E nós, que tanto temos recebido do Plano Maior, não podemos furtar-lhes o ensejo de conhecer e experimentar o que já adquirimos. é dando que recebemos.
Daquilo que lhes oferecermos é que teremos em troca. Toda a Humanidade está em evolução, num abençoado fluxo interativo. Eduquemos e receberemos de retorno reações educadas dos que nos cercam.
Encarceremos o conhecimento e, fatalmente, teremos a reação da ignorância.